Entre o final da noite de ontem, 4 de dezembro, e o início desta madrugada, o ponto mais alto do Algarve encheu-se de branco, na Fóia, Serra de Monchique.
As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) davam conta da possibilidade da queda de neve acima dos 600 metros e o fenómeno acabou mesmo por se registar.
A neve caiu na Fóia, acompanhada de granizo. Na manhã de hoje, o fenómeno já não era visível, mas ficou registado em vídeo por Bruno Gonçalves, do Meteofontes e ExtremAtmosfera, que esteve no local e que refere, no vídeo YouTube que disponibilizou [ver aqui], que “ocorreu queda de granizo, sleet, água neve e neve na zona da Fóia – Monchique. Ficam aqui algumas imagens dessa ocorrência”.
A Serra de Monchique é uma serra do oeste do Algarve, cujo ponto mais elevado – Foia, com 902 m de altitude – é o mais alto do Algarve e um dos pontos mais proeminentes de Portugal (739 m), com 172,69 km de isolamento topográfico.
Devido ao facto de estar próxima do mar possui um clima subtropical húmido, com precipitações médias anuais entres os 1000 e os 2000 mm, que associadas a temperaturas amenas permite a existência de uma vegetação rica e variada, onde se inclui o carvalho-de-Monchique e a adel feira, bem como espécies raras no sul, tais como o castanheiro, o carvalho-cerquinho ou o carvalho-roble.
Nesta serra existe um importante complexo termal, Caldas de Monchique, rodeado por um parque de vegetação onde existe a maior magnólia da Europa. É ainda de salientar a fertilidade dos seus solos, devido não só à humidade, mas também ao facto da sua rocha, a foíte, ser de origem magmática.
Vários ribeiros e ribeiras têm origem na Serra de Monchique, entre as quais a Ribeira de Seixe, a Ribeira de Aljezur (ou da Cerca), a Ribeira de Odiáxere, a Ribeira de Monchique e a Ribeira de Boina.
Mau tempo provoca 347 ocorrências até às 23:00 horas
A Proteção Civil registou, entre as 00:00 e as 23:00 de sexta-feira, 347 ocorrências em todo o país, maioritariamente quedas de árvores, na sequência da passagem da depressão Dora, com Lisboa a ser o distrito mais afetado.
“Até às 23:00 [de sexta-feira] registámos 347 ocorrências”, disse à agência Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O vento forte que se sentiu ao longo do dia motivou grande parte das ocorrências, acrescentou a Proteção Civil.
A ANEPC explicitou que houve um desagravamento das condições meteorológicas, nomeadamente “da agitação marítima e da intensidade do vento”.
O número de ocorrências também diminuiu a partir das 20:00 de sexta-feira, razão pela qual o próximo balanço apenas vai ser feito às 08:00 de hoje.
O acesso ao maciço central da Serra da Estrela continua encerrado devido à queda de neve, adiantou a Proteção Civil.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sob aviso laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro, os distritos de Lisboa, Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Leiria, Beja, Coimbra, Braga, devido à previsão de agitação marítima forte na sequência dos efeitos da depressão Dora em Portugal continental.
O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
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