O Café Calcinha vai receber esta quinta-feira, pelas 18 horas, mais uma sessão da iniciativa “Laboratório da Memória”, desta vez dedicada a este emblemático café louletano.
Pretende-se que este seja um momento de partilha de recordações do Café Calcinha, das pessoas que por aqui passaram e da sua ligação à história da própria cidade.
Localizado no centro de Loulé e no eixo comercial mais importante, o Café Calcinha foi durante o último século, e até aos dias de hoje, um marco sociocultural da população local e de todos os visitantes, sendo o único espaço de tertúlia na história da cidade, que lhe configurou o privilégio de ser o estabelecimento mais emblemático e referenciado na história local.
Ao longo das décadas e no decurso da sua já longa história (foi implantado em 27 de Agosto de 1927), muitos foram os nomes importantes da vila que o frequentaram e mais as histórias que por lá se contaram, de geração em geração, entre as tertúlias, os cafés, o medronho, o capilé ou a ginjinha e as cigarrilhas ou onças de tabaco.
Dele fizeram parte figuras de prestígio da vida pública louletana e nacional, destacando-se Frutuoso da Silva, Bernardo Lopes, Bexiga Peres, Pedro de Freitas, Reais Pinto, José Inês ou Joaquim Magalhães. Mas nenhum deles, porém, atingira a notoriedade de António Aleixo, que se destacou pelas suas réplicas mordazes e subtis em quadras soltas e sábias; no exterior foi colocada uma estátua em bronze, numa homenagem mais do que justa ao poeta popular.
É hoje um dos cartões-de-visita da cidade, sendo a sua fachada e o seu interior retratados em muitos folhetos turísticos e internet como ex-líbris de Loulé. Em 2012 foi classificado como Imóvel de Interesse Municipal e, em 2014, a Câmara Municipal de Loulé adquiriu este edifício.