O cabaz de 63 bens essenciais, monitorizado semanalmente pela DECO PROTESTE, voltou a registar uma subida de preço, alcançando os 228,60 euros, mais 0,63 euros do que na semana anterior. Este aumento de 0,28%, apesar de parecer ligeiro, é significativo num contexto de constantes oscilações nos preços dos produtos.
Embora o valor atual seja 7,44 euros mais barato do que no início de 2024, a comparação com o período homólogo de 2023 revela um aumento de 7,87 euros. A subida é ainda mais dramática quando comparada ao cenário prévio à guerra na Ucrânia: os consumidores estão a pagar mais 44,97 euros pelo mesmo cabaz do que pagavam antes de fevereiro de 2022.
Peixe e café entre os produtos mais atingidos
Na última semana, entre os dias 9 e 16 de outubro, os produtos que sofreram maiores aumentos de preço foram, em grande parte, peixes e itens de mercearia. O carapau registou uma subida de 16%, seguido pelo peixe-espada-preto (11%) e pelo café torrado moído (9%). Também o atum em óleo vegetal e o bacalhau graúdo, dois produtos de grande consumo nas famílias portuguesas, subiram 9% e 8%, respetivamente.
Outros produtos que viram os seus preços agravados foram a dourada (7%), a massa espirais (6%) e o arroz agulha (5%). Estes aumentos não são casos isolados, sendo sintomáticos de um padrão mais amplo que afeta diversas categorias de alimentos, particularmente peixe e mercearia.
Impacto a longo prazo: mercearia e peixe sofrem as maiores pressões
Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o impacto no custo de vida tem sido acentuado, com categorias como a mercearia a registar uma subida de 31,87% (mais 13,43 euros) e o peixe a encarecer 28,47% (mais 17,17 euros). Estes aumentos são particularmente relevantes para as famílias portuguesas, onde o peixe é um componente essencial da dieta.
Quando comparados os preços de outubro deste ano com os de há um ano, destaca-se a subida acentuada da dourada (39%), do carapau (30%) e da pescada fresca (29%). Produtos como o atum em azeite e o bacalhau graúdo, ambos componentes tradicionais da alimentação portuguesa, também encareceram, com subidas de 28% e 20%, respetivamente.
Azeite e pescada entre os produtos mais penalizados desde o início do conflito
Entre os produtos que registaram os aumentos mais acentuados desde o início do conflito, o azeite virgem extra destaca-se com uma subida astronómica de 101%, seguido pela pescada fresca, que aumentou 89%. Outros bens essenciais, como o arroz carolino e a cebola, subiram 65%, refletindo a pressão inflacionista sobre itens básicos da alimentação.
Produtos como o carapau (60%) e o arroz branco (56%) também sofreram subidas consideráveis, tornando cada vez mais difícil para as famílias portuguesas manterem o seu nível de vida face à escalada dos preços.
Este cenário de aumentos generalizados levanta sérias preocupações sobre a acessibilidade dos bens essenciais em Portugal, particularmente para as famílias com rendimentos mais baixos. A constante variação dos preços nos mercados globais, exacerbada pela guerra na Ucrânia, continua a pressionar os consumidores, tornando o planeamento financeiro das famílias um desafio cada vez maior.
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