O Bloco de Esquerda (BE) exigiu esta terça-feira ao Governo a requalificação “urgente e definitiva” da Estrada Nacional (EN) 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António, dando cumprimento a um projeto de resolução aprovado pela Assembleia da República.
Após a aprovação do projeto de resolução, na quinta-feira, o BE defendeu a necessidade de requalificar a EN 125 para “promover a coesão” territorial do Algarve e apelou ao Governo para que proceda ao resgate da concessão dessa via de comunicação longitudinal do Algarve, que representa a única alternativa existente à A22 (Via do Infante).
“O que se impõe é o Governo proceder, com urgência, ao resgate da concessão e à sua requalificação definitiva. O Bloco de Esquerda defende esta posição e que é a alternativa viável neste momento”, posicionou-se o partido, em comunicado.
A mesma fonte recordou que esta é uma “posição também defendida, de forma consensual, por todas as Câmaras do Algarve”, através da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), e permitiria requalificar a zona da EN 125 situada entre a zona nascente de Olhão e Vila Real de Santo António.
Segundo o BE, aquela empreitada de requalificação no troço do sotavento (leste) algarvio recuperaria um desígnio que foi abandonado em 2013, quando o Governo decidiu apenas consumar a requalificação da estrada no barlavento (oeste).
A requalificação agora exigida pelo BE abrange um troço da EN 125 que atravessa os concelhos de Olhão, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António está expressa num projeto de resolução do Bloco de Esquerda aprovado na quinta-feira passada, na Assembleia da República.
O BE recordou que o troço entre Olhão Nascente e Vila Real de Santo António apenas contou com uma “requalificação de emergência, a título provisório, antes do verão de 2018”, mas advertiu que “esses remendos provisórios estão a degradar-se rapidamente” e o que “verdadeiramente importa é a requalificação urgente e definitiva da via”.
O projeto de resolução “propõe ao Governo que promova a coesão do Algarve através do resgate da concessão e requalificação dos troços da EN125 compreendidos entre Olhão e Vila Real de Santo António”.
Segundo o BE, a sua aprovação aconteceu depois de ter sido “entregue há mais de um ano”, com “os outros partidos – PS, PSD e PCP – a virem a reboque e reconhecer a justeza da posição do Bloco de Esquerda”, lê-se na nota.
O BE considerou que a EN 125 é uma “verdadeira rua urbana, mesmo depois de requalificada numa parte, entre Vila do Bispo e Olhão”, e recordou que a exclusão do troço entre Olhão e Vila Real de Santo António do projeto inicial de renovação da via, consumada em 2013, impediu que a via fosse melhorada no sotavento.
“Toda esta situação, agravada com as erradas portagens na Via do Infante, que fazem confluir grande parte do trânsito para uma EN125 que fica deveras congestionada, provocam elevados prejuízos e muito sofrimento para utentes, empresas e populações”, mas também “grandes prejuízos sociais e económicos” e uma “sinistralidade rodoviária” que resulta “mutas vítimas”.
“Nos últimos três anos são mais de 10.000 acidentes de viação no Algarve. Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária só entre 1 de janeiro e 31 de outubro deste ano, já ocorreram no Algarve 9.102 acidentes, com 28 vítimas mortais e 198 feridos graves (igual número de mortos e mais 32 feridos graves em relação ao mesmo período do ano anterior). Todos estes números deviam envergonhar o governo e outros responsáveis políticos”, sustentou.