Dezenas de pessoas ignoram os alertas para o perigo de queda das arribas nas praias do Algarve, colocando-se em perigo e sem que as autoridades possam impedir a permanência nas zonas de risco, disse fonte da Autoridade Marítima.
“Infelizmente, continua a ser frequente a permanência de pessoas em locais de risco de queda das falésias nas praias, apesar dos avisos colocados e que identificam as zonas de perigo”, disse à agência Lusa o comandante Santos Pereira, da Capitania do Porto de Portimão.
De acordo com este responsável, a Autoridade Marítima “não pode autuar as pessoas, mas apenas alertar para os riscos que correm ao permanecerem nas zonas perigosas”.
O comandante da Capitania do Porto de Portimão recordou que as zonas de risco “estão identificadas com fotos e avisos colocados à entrada de cada praia, informando os locais seguros que podem ser utilizados pelos veraneantes”.
Apesar da informação e dos sinais que alertam para o risco de derrocada, a reportagem da Lusa constatou em várias praias do Algarve a permanência de dezenas de pessoas, entre as quais crianças, em locais inseguros, ignorando os perigos.
Alguns veraneantes, que pediram para não serem identificados, disseram à Lusa que “estão conscientes do perigo”, mas que vão continuar “a procurar e utilizar zonas de sombra junto às arribas”.
Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entre Julho de 2015 e Junho de 2016, registaram-se 21 desmoronamentos de arribas no Algarve, número que está acima da média anual dos últimos 10 anos, que é de 12 ocorrências.
O director regional da APA, Sebastião Teixeira, afirmou que “este aumento de derrocadas foi consequência do fenómeno meteorológico registado em Novembro de 2015 na zona de Albufeira, onde ocorreram chuvas intensas que terão provocado infiltrações e motivado a queda de arribas”.
Estas ocorrências “que fizeram aumentar a média anual, registaram-se apenas no concelho de Albufeira”, sublinhou o responsável, acrescentando que este ano “foram reforçados os alertas para os perigos junto às arribas”.
“Felizmente que não ocorreram desmoronamentos em zonas utilizadas pelos banhistas, mas a continuada permanência nas zonas perigosas, faz aumentar o risco, colocando em perigo a vida das pessoas”, alertou.
As autoridades marítimas e do ambiente reforçam os alertas e pedem aos banhistas que respeitem os sinais e a distância de segurança.
“A área considerada de segurança é calculada consoante a altura da arriba, devendo ser considera uma distância de uma vez e meia a altura da arriba”, destacou Sebastião Teixeira.
(Agência Lusa)