As medidas preventivas devem ser sempre aplicadas e ajudam efectivamente ao salvamento no mar, advertiu esta sexta-feira a Autoridade Marítima, após simular uma colisão entre embarcações que provocou um ferido e dois náufragos na Barra Comum Faro/Olhão.
O responsável do Comando Marítimo do Sul e capitão do porto de Faro, Paulo Isabel, explicou à agência Lusa que o exercício visou testar o plano de salvamento marítimo que a capitania tem preparado e fez um balanço positivo do simulacro, mas advertiu a comunidade marítima que deve adoptar “medidas defensivas e preventivas” antes de deixar o porto.
“É importante realçar que nós fazemos estes exercícios virados para a comunidade que anda no mar para salvar as pessoas e para acudir quando elas precisarem de ajuda. No entanto, há uma coisa muito importante, que é a prevenção. Antes de treinarmos para o salvamento, que é essa a nossa função, estamos a pensar que as pessoas, todos nós, como noutra situação qualquer, adoptamos medidas defensivas e preventivas para que os acidentes não aconteçam”, afirmou o capitão do porto de Faro.
Paulo Isabel recordou que “no mar é preciso usar coletes salva-vidas” e exemplificou que “uma coisa é, durante um salvamento, uma pessoa cair ao mar, ter colete e conseguir aguentar à superfície, mesmo que inanimada”, enquanto “se não tiver colete, passados alguns minutos, vai ao fundo e depois não é possível encontrá-la”.
O responsável disse que o exercício desta sexta-feira foi feito no âmbito de uma avaliação que a Autoridade Marítima Nacional está a realizar aos planos de salvamento marítimo que as capitanias têm preparado, recorrendo “a todas as capacidades” à sua disposição.
“O objectivo é operacionalizar e testar as capacidades que têm todas as capitanias e os meios que estão ao seu dispor para o salvamento, não se cingindo somente aos meios de cada capitania, mas usando os meios da capitania, da Marinha, do Instituto de Socorros a Náufragos e de todas as entidades com deveres de Protecção Civil para auxiliar nesta tarefa”, precisou.
O capitão do porto contextualizou o exercício, indicando que foi “simulada, à saída da barra de Faro, uma colisão entre duas embarcações de pesca, da qual resultou um ferido e dois náufragos”. Além disso, uma embarcação ficou, devido à colisão, sem propulsão.
“Foi necessário accionar meios da estação salva-vidas de Olhão, das capitanias de Faro e de Olhão, os meios da Marinha que estavam no local, e tivemos ainda a colaboração da Autoridade Portuária de Sines, concretizada pelos pilotos com um rebocador do porto de Faro, e com a utilização de uma balsa de salvamento, que testámos, pertencente ao aeroporto de Faro”, enumerou.
O simulacro vai agora ser analisado para ver em que é possível melhorar a resposta.
(Agência Lusa)