“É altura de ajudar o presidente do partido e, assim peço a todas as que estão neste grupo que me façam chegar nomes de mulheres que estejam disponíveis em integrar listas para as câmaras municipais e juntas de freguesia”, diz Lina Lopes dirigindo-se às coordenadoras distritais e locais das MSD.
No pedido feito num grupo fechado das MSD, Lina Lopes solicita que lhe façam chegar a identificação e “uma pequena nota biográfica das candidatas, indicando os contactos, seu interesse e disponibilidade e as razões por que se julgam com capacidade de assumirem uma candidatura a um cargo político numa autarquia local”.
Falando ao POSTAL, Lina Lopes clarificou que “os casos que manifestarem a sua disponibilidade, desde que reunam as devidas condições e competências, serão depois submetidos às estruturas concelhias e distritais para aprovação e inclusão nas suas listas se assim o decidirem”.
“Preciso que me enviem os nomes durante esta semana e assim iremos ajudar o presidente a encontrar mulheres disponíveis para integrar as listas do partido para as autarquias locais, que provavelmente lhe têm dito que não existem”, refere Lina Lopes.
Confrontada com as críticas que correm nas redes sociais, a presidente das MSD refere que se limitou a dar resposta às mensagens que recebeu de muitas mulheres, desagradadas com as afirmações do líder do PSD justificando o número reduzido de mulheres nas listas, com a sua falta de envolvimento e participação na vida política.
“Perante a justificação do presidente do partido e as reações de muitas mulheres que me contactaram, pareceu-me que esta é uma forma de saber se de facto existem ou não mulheres disponíveis para aceitarem o desafio”, explicou Lina Lopes.
Este caso está a suscitar múltiplos comentários proferidos em tom jocoso nas redes sociais, referindo que a iniciativa da presidente das MSD “mais parece um casting dos morangos com açúcar” ou “uma agência a recrutar modelos”.
A polémica surge um dia depois de Rui Rio ter dito que a fraca presença de mulheres nas listas para as autárquicas se deve apenas à sua pouca participação na vida política.