Trinta e quatro entidades públicas e privadas assinaram, esta terça-feira, um manifesto que reclama o reforço da disponibilidade de água no Sudoeste Alentejano e no Algarve.
O documento, intitulado “Água ao Serviço do Futuro”, vai ser entregue ao Governo, no âmbito da estratégia “Água que une”, iniciativa interministerial cuja apresentação está prevista pelo executivo para o final de 2024.
O reforço do Alqueva como grande reservatório para a regularização hídrica do Sul do País e Barragem de Santa Clara como hub para a distribuição de água no Barlavento e no Sudoeste são as medidas-chave defendidas no Manifesto “Água ao serviço do futuro”, promovido pelos presidentes das Câmaras Municipais de Aljezur, Odemira e Ourique, e subscrito pelos presidentes de Lagos, Lagoa, Monchique, Portimão e Vila do Bispo e por mais de 30 entidades, de entre as quais a AHRESP, a CAP, a Portugal Fresh e a Somincor.
Os autarcas promotores do manifesto – em cuja sessão de assinatura marcaram presença os presidentes das CCDR do Alentejo e do Algarve, as entidades regionais de turismo do Alentejo e Algarve, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo e todas as associações representativas da Agricultura do Sudoeste Alentejano e do Barlavento Algarvio – vão agora solicitar audiências ao Governo para apresentar documento e assegurar consenso em torno dos investimentos imprescindíveis para o futuro do território no que respeita à gestão da água.
Os presidentes dos Municípios de Aljezur, Odemira e Ourique promoveram o manifesto e os presidentes dos Municípios de Lagos, Lagoa, Monchique, Portimão e Vila do Bispo assinaram.
“Subscrito por mais de 30 entidades, oito das quais autarquias, o Manifesto “Água ao serviço do futuro” é um documento que conta com o apoio de entidades setoriais e empresariais como a AHRESP, a CAP, a Portugal Fresh e a Somincor e tem por objetivo identificar e apresentar ao Governo soluções concretas e imediatas para aumentar, de forma sustentável, a disponibilidade de água na região”, explica o Município de Aljezur em comunicado.
Fazendo um enquadramento sobre a necessidade premente de reforçar a disponibilidade de água no Sudoeste Alentejano e no Barlavento Algarvio, essencial para o desenvolvimento sustentável de diversas atividades económicas essenciais para a região, para a sua economia e emprego, incluindo indústria, agricultura e turismo, a assinatura do manifesto foi precedida de uma conferência na qual participaram e intervieram um conjunto de personalidades e especialistas que suportaram tecnicamente as medidas nele constantes.
O manifesto defende “a criação de um Plano Nacional para a Água, que reforce a disponibilidade de água nas regiões mais afetadas pela seca, trazendo a água de onde ela abunda para onde ela escasseia, reforçando o Alqueva como grande reservatório para a regularização hídrica do Sul do País e a Barragem de Santa Clara como o hub para a distribuição de água ao Sudoeste Alentejano e ao Barlavento Algarvio”. Para tanto, há que realizar “a interligação Alqueva-Mira-Odelouca-Bravura e assegurar a reabilitação das infraestruturas do sistema de distribuição de água. Estas soluções, que podem estar operacionais até quatro anos após a tomada de decisão por parte do Governo, têm capacidade para garantir os recursos hídricos necessários aos consumos atuais e futuros do Sudoeste Alentejano e do Algarve”.
Para José Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Aljezur, “este é um momento muito importante, para colocar na agenda do governo esta solução de trazer água onde ela mais abunda, para onde ela mais escasseia, numa altura em que o governo prepara a estratégia ‘Água que une'”.
“Esta união de esforços, das várias entidades e associações de duas regiões, Alentejo e Algarve, é demonstrativo da importância do assunto”, conclui o autarca.
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