Os autarcas de Loulé e São Brás de Alportel voltaram hoje ao Serviço de Urgências Básicas de Loulé, numa manhã marcada novamente pela falta de médicos, para promoveram uma conferência de imprensa onde manifestaram, mais uma vez, o seu descontentamento face à degradação deste serviço.
Acompanhados pelo representante da Secção do Sul da Ordem dos Médicos, Ulisses Brito, e do Sindicato dos Enfermeiros, Guadalupe Simões, Vítor Aleixo e Vítor Guerreiro deixaram claro que não vão baixar os braços até que a situação fique totalmente resolvida e que haja a certeza de que o serviço não encerrará.
“Temos todas as razões para dizer que os responsáveis do Ministério não nos merecem confiança e que não acreditamos neles. Na quarta-feira o responsável da ARS garantiu-nos que este cenário não iria repetir-se. Mas constatámos que, novamente, as urgências estão a trabalhar com apenas um médico, o que vai contra a legislação que prevê a permanência, no mínimo, de dois médicos”, sublinhou o edil louletano.
Há falta de médicos nas urgências de Loulé desde o início de Maio
Vítor Aleixo garantiu ainda que o papel dos responsáveis municipais é “denunciar e alertar as populações para esta situação e convidá-las para que sejam mais activas e mais vigilantes porque têm direitos que elas próprias devem defender”.
Por seu turno, o presidente da Câmara de S. Brás, Vítor Guerreiro, falou da “elevada carga horária e da falta de disponibilidade mental dos profissionais de saúde para desempenhar as funções e a motivação que é cada vez menor, já que as condições são péssimas”.
Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros, fala da existência de “uma agenda oculta do Ministério da Saúde para permitir a degradação dos serviços de saúde de forma a vir encerrar quer o SUB Loulé, quer o SUB Lagos”.
Com o aumento substancial da população do concelho de Loulé nos meses que se avizinham, Ulisses Brito da Ordem dos Médicos alertou para o agudizar da situação no Verão. “Se não fizeram as contratações necessárias para suprir este serviço de urgência, agora em cima da hora vai ser muito difícil”, sublinhou este representante da classe médica.
A falta de médicos nas urgências de Loulé é uma situação que “se arrasta desde o início de Maio, altura em que a autarquia de Loulé denunciou publicamente a situação”, refere em nota de imprensa enviada às redacções.