Questão:
“Tenho ouvido falar na subida das taxas de juro. Que vantagens ou desvantagens tem essa subida?”
A DECO responde…
O aumento das taxas de juro acontece porque a inflação está a aumentar devido à subida dos preços da energia (o preço do petróleo também aumentou). Os bancos centrais, neste caso o BCE (Banco Central Europeu), terão de tomar medidas para combater a inflação, e a subida dos juros é a que está ao seu alcance.
O que pode acontecer às suas poupanças se os juros ou as taxas Euribor aumentarem? Para as aplicações financeiras com rendimento indexado à Euribor, as notícias são boas. É o caso dos Certificados de Aforro e das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV).
Para os depósitos a prazo também. Com o financiamento nos mercados a ficar mais caro, os bancos irão preferir recolher fundos junto dos clientes, cativando-os com taxas um pouco mais apelativas.
O mesmo raciocínio se aplica ao Estado, que terá interesse em preferir o financiamento junto dos particulares, emitindo novas séries de Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) e de OTRV. O rendimento destas últimas depende da Euribor, mas cada nova série tem sido emitida com uma indexação menos vantajosa. No futuro próximo, é quase inevitável que o Estado venha a oferecer rendimentos mais elevados nas emissões de OTRV e, eventualmente, criar uma nova série de CTPM.
O aumento dos juros também tem impacto nos créditos, mas neste caso as notícias são más. Mais de 90% dos contratos de crédito à habitação têm uma taxa variável indexada à Euribor, logo uma subida dos juros implica um aumento da taxa aplicada ao financiamento. Significa que a prestação mensal a pagar ao banco também sobe, em particular nos contratos após 2008, que apresentam spreads mais altos. Por exemplo, se uma família tiver um financiamento de 100 mil euros a 30 anos e um spread de 2%, uma subida de 1% na Euribor representa cerca de 52 euros a mais por mês na prestação.