Em junho de 2023, Milena trabalhava num posto de combustível BP na A21, na Malveira, na região de Lisboa. Durante um dos seus dias de serviço que se previa idêntico a todos os outros, em plena luz do dia decorreu um crime no seu local de trabalho. “Eram cerca das 16h, uma pessoa apareceu no posto para atestar o carro e encher uns jerricãs que tinha no porta-bagagens”, conta Milena Braga à CNN Portugal.
A jovem de apenas 26 anos autorizou o abastecimento e seguiu os procedimentos habituais. “Quando o contador do gasóleo parou, abriu o porta-bagagens, como se fosse tirar algo de lá de dentro e atirou-se para a mala do veículo, enquanto outra pessoa, que estava escondida no lugar do condutor, pegou no carro e acelerou a toda a velocidade”, revela a jovem à mesma fonte.
Mais de 300 euros em gasóleo ficaram por pagar e a gerência daquele concessionário da BP obrigou a funcionária a saldar a dívida. “Foram 320 euros, tive mesmo muita dificuldade em pagar”, sublinha a jovem. Milena não foi alvo de nenhum processo disciplinar, mas nos meses seguintes foram-lhe sempre descontados 40 euros do seu salário até atingir o valor roubado pela dupla que fugiu depois de abastecer naquele posto BP da A21.
Oito meses após a fuga, o valor alegadamente em dívida ao empregador ficou pago e no final do ano Milena Braga decidiu despedir-se. No entanto, a jovem apresentou queixa à ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho e denunciou a situação à BP. A CNN Portugal teve acesso ao email de resposta da BP, em que a empresa sublinha “que os postos de abastecimento são explorados por parceiros externos” à multinacional, aos quais “solicitam a averiguação das situações reportadas”.
A verdade é que três meses após esse email, a empresa que geria o posto de combustível BP da A21 convidou Milena para uma reunião, onde lhe devolveu o dinheiro cobrado.
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