A Associação das Terras e das Gentes da Dieta Mediterrânica, de São Brás de Alportel, quer promover os produtos ancestrais do sul do país e fazê-los chegar à restauração com menus mediterrânicos, anunciou a sua presidente, Otília Eusébio.
Os “menus mediterrânicos” com propostas para lanches e pequenos-almoços com receitas tradicionais algarvias e alentejanas, como é o caso da “tiborna” (pão tradicional esfregado em azeite, para o qual existem diferentes variantes que recorrem por exemplo ao tomate ou ao açúcar) e o sumo de laranja são as apostas.
“Não se compreende que o azeite não possa ser uma opção nos pequenos-almoços e lanches, sendo nós um país da dieta mediterrânica”, disse Otília Eusébio, que espera que os menus mediterrânicos sejam uma oportunidade para o consumidor de provar produtos novos, mais saudáveis e educar o paladar.
Associação defende herança culinária
Este é um dos projectos que a associação está a preparar tendo sempre como base a defesa da herança culinária, a par da promoção da dieta mediterrânica e da filosofia de vida a ela associada, que liga o património, a cultura, a natureza e a alimentação.
Fundada há dois meses, a associação está a encetar contactos com associações e entidades algarvias e alentejanas, produtores regionais, autarquias, cozinheiros, restaurantes, pastelarias e cafés em busca de parceiros para implementar os seus projectos.
O “Menu mediterrânico”, a “Aliança dos Cozinheiros”, as rotas eco gastronómicas e piqueniques temáticos com cabazes recheados de produtos sazonais e locais são alguns dos projectos que a associação quer concretizar, aliando a comida a conversas temáticas com produtores, historiadores e artesãos.
Os piqueniques e as rotas vão arrancar a breve prazo e serão divulgadas na página criada para o efeito nas redes sociais.
Um elemento da associação está, também, a avançar com um projecto experimental num terreno em Aljezur, onde começou a cultivar vários alimentos autóctones do sul do país que ao longo dos séculos foram caindo em desuso, como a cenoura roxa, o chícharo e o milho painço.
A associação pretende, ainda, recuperar receitas antigas e promover a criação de novas receitas com estes produtos, no âmbito do seu projecto “Os Celeiros da Memória”, adiantou Otília Eusébio.
(Agência Lusa)