A forte e anormal pluviosidade, que se fez sentir esta semana em várias localidades do Algarve, causou dor e prejuízos a muita gente.
Dos graves prejuízos registados, a particulares e a empresas, além dos danos causados em muitas infraestruturas públicas e privadas, a zona do Parque Industrial de Loulé foi das mais fustigadas pela chuva intensa.
Foi palco de dezenas de viaturas a boiarem ao sabor da subida do nível da água da chuva retida por muros que tiveram que ser derrubados.
Muitas das viaturas chocaram entre si e, ao ficaram semi-submersas, somaram grandes danos e avultados prejuízos.
Infelizmente e em sentido inverso, ainda não existem seguros que possam cobrir cenários de escassez de água
Perante os vários estragos materiais, é sabido que as câmaras municipais podem e devem acionar o seu seguro para cobrir os danos causados por este tipo de fenómenos naturais. Apesar do “grande susto” e dos vários estragos, as autarquias estão apetrechadas dos devidos seguros.
Infelizmente e em sentido inverso, ainda não existem seguros que possam cobrir cenários de escassez de água.
Sabe-se há muito, que nunca mais vai haver recurso abundante de água no Algarve que nos permita o seu uso ilimitado. Sabe-se que urgem soluções a aplicar no terreno e que já estamos há muito tempo em contagem decrescente.
A água é um bem essencial à vida humana e aos ecossistemas. Sem ela, não há vida que resista, nem economia que possa florescer sustentavelmente.
Não existem soluções perfeitas e muito menos existe uma qualquer apólice de um seguro que possa resolver este problema, que é transversal a toda a região do Algarve e que acaba por afligir todos os algarvios.
A questão da escassez de água não é possível ser resolvida num curto espaço de tempo. Tem que ser bem estudada, planeada e executada.
Nesta edição, o POSTAL dá por isso voz a especialistas em recursos hídricos, agentes regulados pelo Estado, associações e movimentos de cidadãos, todos eles preocupados com a existência e o uso da água, porque o Algarve somos todos nós!
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