A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve vai contratar 32 profissionais para o Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul, o que permitirá repor as 54 camas de internamento, disse à Lusa fonte daquela entidade.
O centro, semelhante ao de Alcoitão (Cascais) e localizado em São Brás de Alportel, é uma das poucas unidades do país especializadas em medicina de reabilitação, mas, no último ano, a falta de recursos humanos obrigou ao encerramento parcial do serviço de ambulatório e ao fecho de mais de uma dezena de camas de internamento.
Segundo a mesma fonte da ARS do Algarve, a autorização excepcional para a contratação dos 32 profissionais foi concedida pela Secretaria de Estado da Administração Pública, prevendo-se que o concurso seja lançado ainda esta semana, o que permitirá reabrir o serviço de ambulatório na sua totalidade e repor as 54 camas de internamento.
Ao todo, serão recrutados 12 terapeutas, 11 enfermeiros, três fisiatras, três assistentes operacionais e três técnicos superiores, em regime de contrato de trabalho em funções públicas a termo incerto, acrescentou a mesma fonte.
Presidente da ARS do Algarve anuncia contratação
O anúncio da autorização para o recrutamento destes profissionais foi feito hoje, pelo presidente da ARS do Algarve, João Moura Reis, durante uma reunião no âmbito da visita de dois dias da comissão parlamentar de saúde ao Algarve.
Aquela unidade de saúde foi gerida pelo grupo Galilei até Novembro de 2013, data a partir da qual a ARS assumiu a sua gestão, na sequência de o vínculo com o grupo privado não ter sido renovado por falta de visto do Tribunal de Contas.
A autorização, a título excepcional, para o recrutamento destes profissionais, prende-se com o facto de a ARS se enquadrar na lei dos Institutos Públicos, mais restritiva do que aquela que é aplicada aos centros hospitalares.
No ano passado, vários colaboradores do centro lamentaram à Lusa a degradação das condições de trabalho e da qualidade dos serviços prestados aos utentes desde que a gestão do equipamento passou para o Estado.
A transição para a ARS, sem aviso prévio, a falta de informação sobre a sua situação contratual, a impossibilidade de constituírem uma comissão de trabalhadores e a perda de regalias, eram algumas das queixas dos trabalhadores.
O equipamento destina-se ao tratamento de doentes em regime de internamento com lesões medulares, traumatismos crânio-encefálicos e acidentes vasculares cerebrais, tendo como área geográfica de influência directa os distritos de Beja e de Faro.
(Agência Lusa)