A delegação de Faro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses acusou esta sexta-feira a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve de negligência, ao não reforçar a segurança na Unidade de Desabituação do Algarve, no concelho de Olhão.
Segundo a agência Lusa, o sindicato refere em comunicado que reuniu com a ARS após uma sequência de agressões a duas enfermeiras e a um médico daquela unidade, e pediu o reforço do horário de segurança, que só existe durante a noite.
Na reunião, a ARS Algarve concordou com o pedido e, de acordo com o sindicato, assumiu o compromisso de ter a segurança reforçada a partir de 1 de Janeiro com mais oito horas diárias, o que não se verificou até ao momento.
“Exige-se mais segurança, de forma imediata”, sublinha o sindicato, apontando para dados recentes da Direcção-Geral da Saúde que indicam que as queixas contra profissionais de saúde estão a aumentar, tendo sido registadas 582 em 2015.
O presidente do conselho directivo da ARS Algarve, João Moura Reis, disse à Lusa que o pedido foi feito, mas como é feito através do serviço centralizado dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde a autorização é mais morosa.
“Há uma série de procedimentos que demoram um certo tempo e que têm de ter autorização, inclusivamente é necessária autorização das finanças porque pressupõe despesa, pelo que não é de um dia para o outro”, esclareceu aquele responsável.
De acordo com a ARS Algarve, o pedido foi feito aos serviços centrais no final de Dezembro de 2016, mas o processo só arrancou no início de Janeiro.
“Acaba por não haver falta de compromisso nem negligência. Simplesmente, há determinado tipo de serviços que nós podemos adquirir e outros são centralizados”, reforçou.
João Moura Reis disse ainda que apesar de o objectivo ser o reforço com mais horas de segurança naquele serviço, o DICAV pode propor alterações horárias dentro das horas de segurança contratadas, conclui a Lusa.