A Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS – Algarve) publicou no seu portal on-line um alerta relativo ao vírus Zika, na sequência da recente notificação de casos de doença por vírus Zika em vários países, “nomeadamente Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras”.
A informação veiculada pela ARS surge em decurso da emissão pela Direcção-geral de Saúde (DGS) de um conjunto de recomendações de proteção para viajantes e orientações para profissionais de saúde.
A ARS esclarece que o vírus Zika, isolado pela primeira vez em humanos em 1968, na Nigéria, é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infectados. “Não se transmite de pessoa a pessoa”, refere a publicação das entidades da Saúde.
“Os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares. Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. Há suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas) que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia”, informa a mesma fonte.
Os conselhos da Direcção-geral de Saúde
“A DGS aconselha as mulheres grávidas que tenham permanecido em áreas afetadas, que após o regresso, consultem o seu médico assistente mencionando a viagem, e emite as seguintes orientações para os cidadãos que se desloquem para áreas afetadas:
1. Antes do início da viagem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante, em especial mulheres grávidas;
2. No país de destino seguir as recomendações das autoridades locais;
3. Assegurar proteção contra picada de mosquitos:
a) Utilizar vestuário adequado para diminuir a exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças);
b) Optar preferencialmente por alojamento com ar condicionado;
c) Utilizar redes mosquiteiras;
d) Ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos do género Aedes picam mais frequentemente (a meio da manhã e desde o entardecer ao por do sol);
e) Aplicar repelentes de insetos observando as instruções do fabricante, bem como notar que:
i. Crianças e mulheres grávidas podem utilizar repelentes de insetos apenas mediante aconselhamento de profissional de saúde;
ii. Não são recomendados para recém-nascidos com idade inferior a 3 meses;
iii. Se tiver de utilizar protetor solar e repelente, aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente de insetos”.
O que fazer em caso de sintomatologia e viagens recentes
Segundo a informação veiculada pela ARS – Algarve, os viajantes provenientes de uma área afetada que apresentem, até 12 dias após a data de regresso, os sintomas acima referidos, devem contactar a Saúde 24 (808 24 24 24), referindo a viagem recente.
De acordo com a DGS, em Portugal, foram, até à data do comunicado do Director-geral da Saúde, confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge quatro casos que ocorreram em cidadãos portugueses que regressaram do Brasil. Todos evoluíram favoravelmente.