O Comando Territorial de Faro da GNR, através do Posto Territorial de Loulé, identificou esta terça-feira três homens e uma mulher, entre os 20 e os 63 anos, por furto de produtos agrícolas, no concelho de Loulé.
Após uma denúncia que estaria a ocorrer um furto de alfarroba, os militares deslocaram-se para o local, onde verificaram que “se encontrava um veículo, contendo no seu interior 11 sacos de alfarroba, e quatro suspeitos a procederem à sua apanha, sem o consentimento do seu legítimo proprietário”.
No seguimento da ação foram apreendidos 450 quilos de alfarroba e ainda o veículo utilizado no furto.
A alfarroba apreendida, no valor estimado de 750 euros, foi entregue ao legítimo proprietário.
Os suspeitos foram constituídos arguidos, e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Loulé.
Apreendidas 11 toneladas de alfarroba furtada. Produtores dizem ter medo e culpam empresas compradoras
Na semana passada, a GNR identificou 8 suspeitos por furto de produtos agrícolas e apreendeu 11 toneladas de alfarroba, avaliadas em 18.525 euros, em Almancil, no concelho de Loulé.
Todos os anos, na região do Algarve, tem-se registado com frequência furtos e roubos que têm como alvo as produções agrícolas.
Apesar do sucesso da apreensão, três produtores de alfarroba dizem que o sentimento é de total impunidade tanto para quem furta, como para quem compra, referindo-se à generalidade das empresas trituradoras de alfarroba com sede no Algarve. Todos os três agricultores quiseram falar com o POSTAL, mas pediram para não ser identificados. Têm medo das represálias, dizem. Medo “de quem furta e dos vários operadores que compram a alfarroba furtada, a preços irrisórios”.
Da atuação das autoridades, dizem reconhecer “algum esforço”, mas lamentam não se sentir seguros e chegam a teimar pela própria vida. Dizem que muitos são agricultores idosos e pobres que “estão completamente desprotegidos desses ‘gatunos’ que se sentem impunes”.
Relembram o recente homicídeo do octogenário de Faro encontrado morto em sua casa. O homem vivia sozinho e já tinha sofrido vários assaltos e roubos de alfaias agrícolas e de alfarrobas. O caso ocorreu no passado dia 4 de julho e continua a assustar, além da vizinhança, os produtores de alfarroba.
Dizem lamentar igualmente o desinteresse demonstrado pelo poder político, quer local, quer central. Dizem que “bastava o Ministério das Finanças fiscalizar as empresas da especialidade que compram as alfarrobas furtadas. Verificarem a razão pela qual cada hectar de alfarroba nas mãos dessa ‘gente’ produz tanto”.