Os apicultores do Algarve, que produzem por ano uma média de 1.200 toneladas de mel, estimam uma quebra de 45% a 50% na produção este ano, devido a condições climáticas, segundo o presidente da associação local de produtores.
A “quebra significativa da produção de mel”, cuja principal recolha se faz entre Junho e Agosto, deveu-se às três semanas consecutivas de chuva em Maio, explicou à agência Lusa o presidente da Associação dos Apicultores do Sotavento Algarvio (MELGARBE), entidade que representa os produtores de toda a região.
Nesse mês, face à chuva, “as abelhas pararam a recolha de mel e viraram-se para a produção de abelhas. Quando parou de chover, já não havia floração para arrecadar mel”, afirmou Manuel Dias.
A associação, com cerca de 800 apicultores inscritos, refere que há 80 mil colmeias declaradas no Algarve, produzindo, em média, 1.200 toneladas de mel por ano.
Este ano, a produção deverá reduzir para metade, numa altura em que o mel do Algarve tem “ultrapassado as expectativas”.
“Há dez anos, vendiam-se dez toneladas com dificuldade. Hoje, quem produz 15 ou 20 vende tudo e não chega”, sublinhou Manuel Dias, referindo que a qualidade do mel do Algarve, marcada pela diversidade da flora e pelo clima desta região, se tem vindo a afirmar.
O mel de rosmaninho produzido no Algarve acaba por ser “o que tem mais procura”, com os turistas a serem um importante mercado para os produtores desta região do país, referiu.
Além da recolha efectuada no Verão, há ainda “o mel de alfarrobeira”, recolhido em Outubro, e “o mel amargo”, em Dezembro, mas que dão sempre “quantidades mais reduzidas”, afirmou.
(Agência Lusa)