O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje um “excelente indicador” o PCP ter anunciado a abstenção no Orçamento do Estado de 2021 (OE2021) e resultado de um entendimento “para ter um bom orçamento para o próximo ano”.
“É um excelente indicador de que é possível, conversando, procurando pontos de entendimento, trabalhar para ter um bom orçamento para o próximo ano”, afirmou Costa aos jornalistas, à margem de um encontro da revista Visão, na Estufa Fria, em Lisboa.
Na atual situação de “crise muito profunda” causada pela pandemia de covid-19, o chefe do Governo disse ser “fundamental ter um bom Orçamento do Estado” para “reforçar o Serviço Nacional de Saúde”, “aumentar o investimento” e “proteger os rendimentos das famílias”.
Sem se referir diretamente ao Bloco de Esquerda, que no domingo anuncia o sentido de voto, Costa disse que gostaria de ter o apoio dos restantes partidos de esquerda.
E sublinhou que, nos últimos meses, nas negociações com a esquerda e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), já se fez “um bom caminho” e que houve “avanços importantes para os cidadãos”, aliás, valorizados pelo PCP para justificar a sua abstenção na generalidade.
É uma “medida importante” que o Governo tenha aceitado “antecipar” de agosto “para janeiro um aumento das pensões mais baixas em 10 euros”.
António Costa admitiu que ontem ou hoje o PAN anuncie o seu sentido de voto no OE2021, que acontece na quarta-feira no parlamento.