Perto de uma centena de atletas preparam-se para percorrer, a partir do próximo dia 28 de novembro e até 1 de dezembro, os 300 quilómetros da terceira edição do ALUT – Algarviana Ultra Trail, a prova de trail running contínua mais longa de Portugal que tem o seu ponto de partida em Alcoutim junto ao Rio Guadiana e o final no Cabo de São Vicente, em Sagres, no concelho de Vila do Bispo.
A prova, que atravessa o Algarve de uma ponta à outra e conta com 6680 metros de desnível positivo ao longo dos 300 quilómetros, tem 92 atletas inscritos (de um limite máximo de 100 possíveis), dos quais 20 constituem as cinco equipas de quatro elementos (que vão começar a prova 30 minutos depois dos atletas que competem de forma individual).
Dos 92 competidores, dez são atletas femininas (nove delas a solo) e embora a maioria dos inscritos sejam portugueses (68), o ALUT vai contar com atletas oriundos de países como Espanha (11), França (5), Polónia (3), Inglaterra (2), Escócia (1), Brasil (1) ou Uruguai (1).
Quem também estará de volta para participar no ALUT é um velho conhecido dos caminhos do Algarve mais interior e genuíno.
João Oliveira, ultramaratonista do Chaves Run Team – Associação Desportiva Dragões de Chaves, regressa ao Algarve para defender os títulos nas duas edições anteriores da prova. Em 2018, precisou de apenas 41 horas e 40 minutos (menos 1h24 do que no ano anterior) para chegar ao final de uma prova que tem 72 horas como tempo limite previsto para a sua conclusão.
Uma Ultra que oferece dificuldades além da distância e da altimetria
O ALUT é a prova de trail running mais longa em Portugal, mas essa não é a única dificuldade que os atletas vão enfrentar. Apesar de ser um percurso com um desnível relativamente baixo (6680 metros de desnível positivo) para a distância (300 quilómetros), o facto de ser percorrido nesta altura do ano oferece dificuldades como a grande amplitude térmica.
“O ALUT foi pensado para o mês de novembro para ir de encontro com dois dos seus objetivos principais: o objetivo da promoção do território e o objetivo desportivo e competitivo. É um mês em que todo o hemisfério Norte está em condições climatéricas adversas e queremos mostrar que aqui, no Algarve, em plena época baixa, estão reunidas todas as condições para a prática desportiva”, refere Germano Magalhães, da Algarve Trail Running (ATR), responsável pela organização da prova.
“No entanto, esta altura é também de grande incerteza no que diz respeito à meteorologia, porque nunca podemos saber de antemão se teremos uma prova com calor, muito frio ou chuva, por exemplo, e isso acrescenta dificuldade aos atletas naquilo que é a preparação e também a gestão da prova”, acrescenta.
Uma prova que dá a conhecer um Algarve interior
Além da vertente competitiva, o ALUT regressa para esta sua terceira edição com um objetivo de consolidar o evento mas também de continuar a promoção do Algarve enquanto destino, em particular do interior, bem menos conhecido e mais genuíno, e estimular assim a coesão territorial da região.
“Existe um Algarve ainda continua por descobrir e a melhor forma de descobrir um local é percorrê-lo. Esse foi e continua a ser o mote principal do ALUT, dar a conhecer um Algarve longe das praias, ao longo da Via Algarviana, percorrendo 300 quilómetros”, explica Bruno Rodrigues, diretor da prova e um dos seus mentores. “A forma genuína e pura com que as diferentes populações atravessadas pelo percurso recebem os atletas é a maior recompensa e a forma de tornar, juntamente com as diferentes paisagens atravessadas, esta prova muito especial”, acrescenta aquele responsável.
Também João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), considera que “a Natureza, o Desporto, a Cultura e as tradições das vilas e aldeias da serra são importantes eixos da promoção do Turismo do Algarve e, pelas suas características, e ao estar ancorado em todos estes eixos, o ALUT é sem dúvida um evento muito relevante para a região”. “Esta prova vem contribuir para a projeção de um território rico em experiências, seja qual for a altura do ano, e vem, acima de tudo, promover a valorização turística do interior da região”, acrescenta.
Germano Magalhães, da ATR, convida por isso todos, atletas ou não, a fazer parte desta prova que é também uma experiência única: “O ALUT não se explica, sente-se. Não há maneira de o descrever em textos ou imagens, só há mesmo uma única hipótese de se sentir o ALUT: é estar lá. É sentindo o que os atletas sentem no percurso, nas Bases de Vida. É mais que uma prova, é uma experiência. Uma experiência única para atletas, voluntários e público em geral”.
(SP/CM)