O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, defendeu hoje no Algarve que a região “pode ser das primeiras a recuperar” no período pós pandemia.
António Ramalho afirmou à Lusa que, na recuperação, é “fundamental que o setor dos serviços corra bem”, realçando que, no caso do Algarve, “não é se, mas sim, tem que ser um caso de sucesso” para que possa voltar a fazer do turismo o “acelerador que representou para economia portuguesa no últimos anos”.
O dirigente do Novo Banco falou à margem da conferência “Portugal que Faz”, promovida em Loulé pelo Novo Banco em associação com a Associação Empresarial da Região do Algarve, onde se debateram os desafios que as empresas enfrentam n período de pandemia.
Para que a recuperação aconteça, António Ramalho considerou essencial “preservar o nível de produção”, através do sistema de moratórias e que os empresários assegurem a “manutenção da cadeira de valor” com recurso a “sistemas de crédito próprios” numa antecipação ou estabilização de receitas mantendo o “talento presente” nas suas empresas.
“O Algarve tem uma capacidade turística instalada absolutamente notável com 40% do emprego em talento turístico e 50% da riqueza produzida pelo turismo”, destacou.
Para o responsável, é necessária uma melhor adaptação das medidas implementadas pelo Governo ”a cada setor”, já que as consequências da crise têm “efeitos assimétricos” e há, por isso, que as “ajustar” às características próprias de cada setor.
António Ramalho considerou que a banca “respondeu adequadamente na primeira fase”, garantindo através das moratórias a “serenidade das decisões” e disponibilizando o dinheiro aos clientes, contribuindo também com o “processamento dos ‘lay-off’”.
No entanto, para esta nova fase “é preciso ouvir as partes” e depois “preparar respostas de curto prazo” e perceber quais as alterações significativas consequência da crise.
“Temos de ajustar os bancos à tendência da digitalização, da economia circular e do financiamento sustentável. A banca tem muito mais capital que na crise anterior, mas, acima de tudo, tem muito mais experiência em gerir crises”, afirmou.
Presente na sessão, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) assumiu à Lusa que o Algarve está “bem posicionado” para ser das primeiras regiões do país a iniciar a recuperação do turismo embora considere que a recuperação vai durar “quatro a cinco anos”.
A curta distância “de três, quatro horas” da região em relação aos principais países emissores de turistas é uma mais valia competitiva do Algarve, mas defendeu que é necessário “tomar as medidas necessárias”, que até agora “não têm sido as suficientes, necessárias e as adequadas”, realçou.
Elidérico Viegas acusou o Governo de “ter metido na gaveta do esquecimento” o anunciado plano específico para a recuperação do turismo do Algarve.
Criar condições para a capitalização financeira das empresas viáveis, apoios para as medidas ativas de emprego permitindo manter nas empresas o “conhecimento reunido ao longo de anos” indispensável para a “competitividade no período de retoma”, são algumas das medidas defendidas pelo representante dos hoteleiros.
Já o presidente da Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AHISA) defendeu que as vacinas “aumentaram claramente as perspetivas das pessoas viajarem”, já visível no movimento de reservas. “É preciso que se venha a concretizar”, reveliu à Lusa.
Daniel José do Adro considerou necessária uma “harmonização europeia” nos planos de vacinas e na confiança que é transmita aos cidadãos europeus, para que se sintam seguros “não só no seu país, como no local de férias”.