O Algarve vai ter durante os próximos dias temperaturas mínimas a situarem-se entre os 7 e os 9 graus centígrados, acusando os efeitos de uma massa de ar polar que atravessa o país desde a passada segunda-feira, de norte para sul, transportada por um anticiclone.
Assim a partir de hoje e até à próxima quarta-feira teremos, de acordo com as previsões do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Faro e Monchique, zonas do litoral do sotavento perto do nível do mar e do interior do barlavento em altitude, a título de exemplo, as seguintes temperaturas:
Sexta-feira e sábado serão assim os dias mais problemáticos, mas toda a semana apresenta temperaturas convidativas para ficar dentro de portas ou, caso se tenha de sair de casa, a impor o uso de agasalhos.
Quanto a chuva o panorama é misto, com os dias em Monchique a apresentarem até domingo possibilidade de aguaceiros fracos, enquanto em Faro o céu varia entre o muito e pouco nublado. O Sol será, no entanto, a marca da maioria dos dias deste período em ambas as localidades, prevêem os metereologistas.
A temperatura medida e a sentida
Não obstante as previsões do IPMA serem já de si indicadoras de frio, uma coisa é a temperatura do ar e outra aquela que sentimos.
A esta última chamam os especialistas sensação térmica e implica um conjunto alargado de variáveis que tornam o conceito uma realidade difusa e dificilmente mensurável do ponto de vista da exactidão que se requer em termos científicos.
Para a sensação térmica, a temperatura que cada um de nós efectivamente sente, contribuem factores mais objectivos como a humidade relativa do ar, que quanto maior é maior condutibilidade apresenta à temperatura ambiente e menor possibilidade de evaporação da transpiração humana proporciona, ou o vento que potencia a sensação de frio ao provocar maior evaporação da transpiração humana e maior sensação de frio pela deslocação do ar junto da pele.
Do lado dos factores subjectivos contribuem para a sensação térmica a resistência natural de cada um de nós a baixas temperaturas, os meios ambientes em que nos encontramos e as amplitudes térmicas a que nos sujeitamos (diferenças entre temperaturas mais e menos elevadas), a exposição aos elementos e a protecção que utilizamos para nos defender do frio, nomeadamente a roupa.
Factores diversos que complicam as contas, mas que após a segunda-guerra mundial o exército dos Estados Unidos da América tentou reduzir de forma a criar uma tabela de relação entre a temperatura ambiente e a sensação térmica, tendo em conta apenas a variável velocidade do vento.
Com a análise relacional dos fenómenos tendo em conta apenas estas duas variáveis criou-se uma tabela universalmente aceite como referência para a análise da sensação térmica em face da temperatura ambiente, como se pode ver de seguida.
Assim e hoje em Faro a manterem-se as condições actuais de vento, cerca de 12 km/hora, a temperatura mínima de 9 graus representa uma sensação térmica de 5 graus, enquanto que em Monchique os 5 graus de temperatura do ar se transformam pela acção do vento de cerca de 10 Km/hora em apenas um grau centígrado de sensação térmica.
Certo é que o frio veio para ficar nos próximos tempos anunciando a época dos dias gelados a condizer com o Natal que se aproxima.
Por isso proteja-se do frio, usando várias camadas de roupa, consumido bebidas quentes – nunca bebidas alcoólicas para aquecer – e mantendo as casas tão isoladas quanto possível do exterior.
Recorde-se ainda que o uso de aquecedores, lareiras e outros meios de aquecimento que gerem consumo de oxigénio e emissão de dióxido de carbono exigem especiais cautelas com a possibilidade de serem fontes de ignição para incêndios e com o facto de reduzirem a qualidade do ar que respiramos, sendo neste caso imperiosa a ventilação dos espaços que permita quantidades suficientes de oxigénio para que possamos respirar sem dificuldades.
Não se esqueça que o dióxido de carbono é um inimigo silencioso que mata sem anunciar, sendo a maior partes das vezes tarde de mais para actuar quando nos apercebemos que estamos intoxicados pelo excesso deste gás.