A Águas do Algarve, S.A. lançou um concurso público para contratar a construção de uma secagem solar de lamas na ETAR de Vila Real de Santo António de modo a permitir a redução do volume e da quantidade de lamas finais a transportar para valorização e/ou aterro. Trata-se de um investimento de 2.200.000 euros, com prazo de execução total de 355 dias.
Segundo explica a empresa responsável pelos Sistemas Multimunicipais de Abastecimento de Água e de Águas Residuais do Algarve, “o sistema de tratamento da Estação de Tratamento de Água Residual (ETAR) de Vila Real de Santo António (VRSA) foi concebido para receber efluentes das localidades da Fábrica, Altura, Manta Rota, Monte Gordo, Junqueira e Casto Marim, conduzidos através de um sistema intercetor elevatório composto por 14 elevatórias com 33 quilómetros de extensão, dos quais 18 quilómetros correspondem a condutas elevatórias e 15 Km a coletores gravíticos. Com a sua construção e entrada em funcionamento em 2009 foi possível aumentar a área anteriormente servida no concelho de VRSA e Castro Marim e desativar as ETAR de Manta Rota, Altura e Castro Marim”.
A sua instalação possui capacidade para tratar 20.965 m3/dia correspondente a uma população máxima de 58.233 habitantes equivalentes.
É pretensão da Águas do Algarve promover “a execução de uma empreitada para a construção de uma central de secagem solar de lamas na ETAR de Vila Real de Sto António, adotando o modelo de Conceção-Construção, ou seja, com a elaboração do projeto de execução por parte do empreiteiro”.
“As lamas são um produto inevitável resultante do tratamento de águas residuais. Atualmente a ETAR, como resultado do processo de tratamento, produz anualmente cerca de 3.600 toneladas de lamas, sendo que este volume representa um custo anual de cerca de 121.000 euros para envio a destino final com um teor médio de matéria seca de 21%”, esclarece a Águas do Algarve.
Assim, “dadas as condições climatéricas da região do Algarve, nomeadamente o elevado número de dias de sol, é favorável a construção de um sistema de secagem solar de lamas que permita obter um índice de sicidade significativamente superior e consequentemente obter-se uma redução do volume, peso e custo de envio ao destino final das lamas produzidas na ETAR”.
A Águas do Algarve afirma que “neste contexto, pretende-se promover uma empreitada de conceção/construção que visa complementar a fase sólida do sistema de tratamento da ETAR de Vila Real de St.º António adicionando uma nova etapa de secagem solar das lamas produzidas” e salienta que “a nível ambiental a presente empreitada apresenta mais-valias assegurando, quer uma melhor qualidade das lamas produzidas quer uma redução do número de transportes necessário para envio das lamas a destino final, com todas as consequências positivas inerentes a esta situação”.
A empreitada de “Central de secagem solar de lamas da ETAR de Vila Real de Santo António” consiste na construção de uma estufa para secagem das lamas incluindo sistema de transporte das lamas desidratadas para a estufa, sistema de remoção da estufa e transporte para galera de armazenamento, báscula de pesagem e integração da instalação no sistema de telegestão de saneamento da AdA.
Lamas produzidas em ETAR
As lamas de depuração produzidas nas ETAR, que efetuam o tratamento de efluentes urbanos, resultam fundamentalmente da biomassa em excesso que se forma durante o processo de remoção de matéria orgânica e outros nutrientes (lama secundária), podendo-se formar igualmente lama primária nas ETAR que possuem decantação primária.
As lamas são espessadas, graviticamente ou mecanicamente, e desidratadas mecanicamente, exceto em pequenas instalações que possuem leitos de secagem, para valores de sicidade de cerca de 20% MS, são depois armazenadas temporariamente em silos ou contentores até serem recolhidas por operadores licenciados.
As lamas de depuração são assim um subproduto das ETAR, sendo classificadas como resíduo com o código LER 19 08 05 – Lamas do tratamento de águas residuais urbanas.
As lamas não se encontram geralmente higienizadas, sendo recolhidas, transportadas e enviadas para armazenamento temporário ou para valorização direta por compostagem, antes da sua aplicação em solos agrícolas, podem ainda ser depositadas em aterro sanitário.
Mais informações acerca desta ETAR aqui.
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