O Aeroporto de Faro vai escapar à greve agendada para amanhã pelos trabalhadores das empresas de Handling, designação inglesa que abrange todos os serviços prestados nos aeroportos, em terra, para apoio às aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio.
A greve vai afectar os trabalhadores da empresa Groundforce que opera nos aeroportos de Lisboa, Porto e Madeira, durante três horas, o que provocará dificuldades na operação daqueles aeroportos internacionais.
O Aeroporto de Faro escapa ao problema porque a empresa Groundforce foi encerrada no aeroporto internacional da região em 2011, mas o que parece positivo pode na realidade não o ser.
A verdade é que desde que a Groundforce encerrou em Faro a concorrência em termos de handling no aeroporto algarvio não existe, com a Portway a dominar totalmente o sector numa situação que violenta as regras básicas da concorrência.
O problema arrasta-se desde 2011, data em que a Grounforce encerrou a sua operação aeroportuária em Faro e não se alterou apesar de um concurso para licenças de handling ter sido lançado em meados desse mesmo ano, para resolver o problema.
Recorde-se que este concurso foi anulado pelo Instituto Nacional de Aviação Civil, entidade reguladora do sector, em Fevereiro deste ano e até ao momento não há qualquer decisão relativamente à atribuição de licenças para handling no aeroporto algarvio.
A Groundforce era candidata a um lugar no handling em Faro, onde queria voltar a operar, e pode mesmo vir a conseguir esse lugar quando houver um desfecho para a actual situação do concurso para o efeito.
Assim, amanhã o Aeroporto de Faro escapa à greve dos trabalhadores da Groundforce que foi agendada, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), em defesa da “segurança da aviação civil em Portugal”.
De acordo com Fernando Henriques, do SITAVA, está em causa um “acidente recente no Porto com um avião da Portugália” que levou a uma suspensão de cinco dias com perda de vencimento de um trabalhador envolvido, algo que o sindicato considera um “precedente grave” que leva a que nenhum trabalhador se vá sentir “tão confortável ao comunicar o incidente ou acidente em que esteja envolvido com medo de eventuais represálias ou de eventualmente perder até o seu posto de trabalho”.
(com Agência Lusa)