Tavira encontra-se atualmente em Risco Moderado, mas a autarquia dá conta hoje que o município ultrapassou o nível de Risco Extremamente Elevado (a partir dos 236 casos para Tavira).
O concelho de Tavira conta agora com 266 casos acumulados entre o período de 20 de dezembro a 02 de janeiro, o pior resultado de sempre, com um dos maiores níveis de risco Covid-19 do país.
Recorde-se que para Tavira poder continuar em Risco Moderado, a soma do acumulado dos últimos 14 dias tinha que continuar inferior a 59 casos.
Até ao momento, existem 242 casos ativos, mais 35 que na véspera, e estão em isolamento 568 pessoas, mais 74. Tavira soma 593 casos confirmados da doença provocada peça SARS-CoV-2 desde o início da pandemia, dos quais 200 foram registados nos últimos cinco dias. Segundo os dados das últimas 24 horas, tavira registou mais 47 novos casos.
Quanto aos óbitos, existem 4 registados, mantendo-se o valor da véspera. O número de casos recuperados nas últimas 24 horas está agora nos 347, mais 12 que no último boletim divulgado.
Um surto num dos lares de Tavira e outro entre utilizadores de um local de prática de atividade física (ginásio) são apontados como a causa do “aumento exponencial” de casos registados.
No dia 29 de dezembro, foi revelado pela autarquia que “um surto num dos lares do concelho originou 25 novos casos e está a ser acompanhado pelas autoridades competentes, nomeadamente na área da Saúde, Segurança Social e autarquia”.
O município revelou ainda que “os restantes novos casos (43), na sua grande maioria, tiveram origem entre utilizadores de um local de prática de atividade física (ginásio), tendo-se estendido a familiares e contactos próximos dos mesmos. Este contágio tem vindo a revelar-se no aumento a que assistimos nos últimos dias, sendo que 12 dos 14 novos casos do passado sábado pertenciam a este foco”.
Este valor deverá ter subido, apesar de não ser conhecido, até ao momento, quantos casos ativos têm estes surtos.
PÁROCO PEDE “RESPONSABILIDADE” A TODOS DEPOIS DO AUMENTO DE CASOS
O pároco de Tavira, padre Miguel Neto, pediu “responsabilidade” aos munícipes nesta altura de pandemia, recordando a situação epidemiológica grave que se vive no concelho.
A mensagem divulgada no primeiro dia do ano 2021 começa por recordar que “celebramos, hoje [ontem], o Dia Mundial da Paz. Pede-nos a liturgia deste dia e a Igreja que reflitamos sobre o que significa ter e dar paz ao mundo. Pensamos, imediatamente, nas nações da África, da Ásia ou da América Latina onde há conflitos armados, onde se mata por qualquer razão, até mesmo e, sobretudo, por causa da Fé que se professa”
O pároco recorda ainda que a “necessidade de paz não resulta somente do enfrentamento das balas e dos soldados. A necessidade de paz existe em todos os lugares do mundo e em cada um de nós, porque a paz não é um conceito teórico; é um conceito que se concretiza nas nossas ações e atitudes, que se concretiza na nossa vida individual e comunitária e o estilo de vida ocidental não é um estilo de vida marcado pela paz, ao contrário do que possamos pensar”
Num ano de mudança para todos, 2020 ensinou que “um pequeno gesto nosso, uma pequena falha nossa pode provocar uma imensidão de problemas aos outros que estão à nossa volta, que partilham a vida na mesma cidade que nós. Pode fazer perigar a paz ou mesmo pôr-lhe fim”
“Neste momento, Tavira enfrenta uma grave situação relativamente à doença covid-19, provocada pelo vírus SARS CoV-2. Pensamos que todos temos um comportamento adequado e cuidadoso, mas se o tivéssemos, não estaríamos a sofrer e a viver com números tão tristes relativos à pandemia. Isto mostra que o nosso comportamento tem influência na vida dos outros, na paz social, na forma como nós vivemos em sociedade. A obrigação do cristão não é a sua vivência individual de Fé, mas a sua vivencia comunitária, traduzida em atos concretos a favor do próximo e isso implica a preocupação com o bem comum, com a paz, com a verdadeira paz”, reflete o padre Miguel Neto.
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