A Ilha de Tavira recebeu este domingo uma acção de protesto pacífica contra a exploração de petróleo e gás na região. Promovida pelo movimento de eco cidadania Tavira em Transição, esta é já a terceira manifestação anti-petróleo organizada neste local durante este Verão.
“As duas acções anteriores foram muito contestatárias. Desta vez optámos por dizer que não queremos exploração de petróleo e gás no Algarve, apresentando alternativas”, explicou ao POSTAL Ana Correia, membro do movimento Tavira em Transição.
Sensibilizar os mais novos e apresentar-lhes soluções energéticas alternativas às não renováveis – como o caso do petróleo e do gás – foi o grande objectivo da iniciativa que dinamizou a Ilha de Tavira durante a tarde deste domingo.
A energia solar foi a protagonista da acção, devido ao grande potencial que representa enquanto recurso renovável e inesgotável. Assim sendo, as crianças aprenderam a construir fornos solares, através de estruturas em cartão forradas com papel de alumínio e acabaram por cozinhar bolos e crepes que adoçaram a tarde de quem passou pela Ilha este domingo.
“É importante que se comece pelas camadas mais jovens. As crianças são abertas àquilo que é novo, são tipo uma esponja, têm uma abertura que os adultos às vezes já não têm e portanto essa é a razão primordial pela qual estamos aqui”, afirmou ao POSTAL Teresa Afonso, professora de biologia e membro do movimento Tavira em Transição.
“Somos frontalmente contra a exploração de petróleo no Algarve porque acreditamos que o futuro está nas energias renováveis e designadamente na energia solar, como aqui vimos hoje. Claro que não é algo que se faça do pé para a mão, é um processo que implica mudança. Nós costumamos dizer que para que daqui a uma década possamos estar livres de petróleo é preciso começar hoje a trabalhar nisso”, acrescentou a activista.
Além das actividades lúdicas realizadas com os mais pequenos, ao final da tarde houve tempo para um cordão humano que juntou dezenas de pessoas no areal da praia da Ilha de Tavira.
Ana Correia, em nome do movimento Tavira em Transição, garantiu ao nosso jornal que as acções de protesto e de sensibilização são para continuar, mesmo que os furos de prospecção que o consórcio formado pela espanhola Repsol e pela portuguesa Partex tinha previsto realizar em Tavira e Aljezur, tenham sido adiados.
“Já tivemos algumas batalhas ganhas, nomeadamente o facto de ambas as prospecções, quer ao largo de Aljezur quer ao largo de Tavira, terem sido adiadas e isto acaba por ser motivo para nos congratularmos e termos mais tempo para actuar e para falar com mais pessoas”, vincou a responsável.