A escola Bauhaus de arquitetura e artes nasce em 1919 na cidade de Weimar e, rapidamente, cria um movimento internacional artístico que influencia o pensamento criativo, equilibrando funcionalidade e arte, em todo o mundo desde há mais de um século.
Os desafios de hoje, à escala mundial como são as alterações climáticas e a poluição, a desigualdade social, a digitalização e as mudanças demográficas exigem um novo paradigma com novas perspetivas para desenhar soluções alternativas.
A União Europeia pode desempenhar um papel de liderança, guiada pelo Pacto Ecológico Europeu: a nossa maior prioridade e que traça a meta de sermos o primeiro continente com um impacto neutro no clima em 2050. Isto exige muito mais do que uma simples redução das emissões. Exige um novo modelo económico que devolva ao planeta aquilo que dele retira, graças a uma economia circular alimentada pelas energias renováveis.
Não vemos este caminho apenas como um projeto ambiental ou económico. O Pacto Ecológico Europeu deve também, e sobretudo, ser um novo projeto social e cultural para a Europa. Esta mudança no sistema precisa de uma estética própria ― uma combinação de design e sustentabilidade.
É por isso que decidimos lançar um novo movimento Bauhaus europeu, um espaço colaborativo e criativo multidisciplinar: arquitetos, artistas, estudantes, cientistas, engenheiros e designers trabalham em conjunto para tornar esta visão uma realidade. A nova Bauhaus europeia deve ser a força motriz que permitirá concretizar o Pacto Ecológico Europeu de uma forma atraente, inovadora e centrada no ser humano.
Além de sustentáveis, as mudanças rumo a este novo modelo de sociedade devem ter também no seu centro a acessibilidade e a estética, para que reciclar, produzir e consumir de forma sustentável e cuidar da biodiversidade sejam processos naturais. Fazer do Pacto Ecológico Europeu uma realidade que se possa sentir, ver e viver. Por exemplo, graças a um setor da construção que utilize materiais naturais como a madeira ou o bambu. Ou graças a uma arquitetura que adote formas e princípios de construção próximos da natureza, que tenha em conta os ecossistemas na sua totalidade e que integre a sustentabilidade e a reutilização.
A nova Bauhaus europeia deve igualmente tirar partido da outra megatendência revolucionário do nosso século. A digitalização está a alterar cada vez mais a nossa forma de pensar e de agir. Aprendendo com o movimento histórico, a nova Bauhaus europeia deve ter uma ligação ao mundo da arte e da cultura e aos desafios sociais e mostrar que aquilo que é necessário pode ser simultaneamente belo e que o estilo e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas. A mudança necessária toca nos hábitos e forma de ver o mundo, o que somos e fazemos. Uma mudança no amago de como vemos e tomamos coisas como certas e possíveis. A nova Bauhaus europeia criará o espaço para essa mudança.
Nos próximos dois anos, serão lançados cinco projetos da nova Bauhaus europeia em vários países da União Europeia. Com a tónica comum na sustentabilidade, cada projeto terá uma perspetiva diferente. Podem centrar-se nos materiais de construção naturais, na eficiência energética, na demografia, na mobilidade orientada para o futuro ou na inovação digital eficiente em termos de recursos, mas sempre em combinação com a arte e a cultura. Estes laboratórios criativos e experimentais vão criar uma rede europeia e mundial que maximize o impacto económico, ecológico e social, fomentando um movimento criativo e interdisciplinar que promova normas estéticas e funcionais, em sintonia com as tecnologias de ponta, o ambiente e o clima.
Até ao verão de 2021, a Comissão vai coordenar um processo de cocriação participativo e depois lançar a rede de cinco escolas Bauhaus fundadoras em 2022 em diferentes países da UE. Convido todos os artistas, arquitetos, ativistas, cientistas, designers, empreendedores, engenheiros, inovadores e todos os outros que queiram, para contribuir e participar com os marcadores #EUBauhaus e #EUGreenDeal e no website da Comissão Europeia.
(Sofia Colares Alves, Representante da Comissão Europeia em Portugal)
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