O termo “Dobrão” não só remete a uma moeda luso-brasileira que circulou durante o reinado de Dom João V (1707-1750), mas também evoca uma história de riqueza e valor intrínseco. Esta moeda, considerada a maior em valor intrínseco já circulada no mundo, desempenhou um papel crucial nas transações comerciais da época.
Inicialmente cunhado pela Casa da Moeda de Vila Rica de Minas Gerais entre 1724 e 1727, o Dobrão português pesava impressionantes 53,8 gramas de ouro, equivalente a quinze oitavas. Sua circulação estendia-se principalmente por Portugal e Inglaterra, onde seu valor nominal era de 20.000 réis, embora seu valor real pudesse atingir 24.000 réis, e posteriormente até 32.000 réis.
O cunho do Dobrão exibia no anverso a legenda em latim “In Hoc Signo Vinces” (com este sinal vencerás), acompanhada pela cruz da Ordem de Cristo acantonada por quatro “MM”, indicando sua cunhagem em Minas Gerais.
Hoje, devido à sua raridade, os Dobrões são peças altamente valorizadas no mercado de colecionadores. As moedas datadas de 1725, 1726 e 1727 têm preço inicial de cerca de 4.000 euros, enquanto as de 1724 podem chegar aos 7.000 euros. Em estado excepcional de conservação, esses valores podem atingir até aproximadamente 26 mil euros, de acordo com numismatas brasileiros.
O Dobrão representa um período de prosperidade e riqueza, especialmente durante o auge da mineração em Minas Gerais. Um único exemplar desta moeda poderia adquirir quantidades impressionantes de bens, como 190 litros de azeite, 9.600 ovos ou até mesmo 12 bois.
Em resumo, o Dobrão é mais do que uma simples moeda; é um símbolo de poder económico e histórico que continua a fascinar colecionadores e historiadores até os dias de hoje.
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