O que se pode esperar de uma segunda edição do 365 Algarve?
A resposta é antes de mais “um reforço da qualidade”. As palavras são da comissária do programa cultural que a Região de Turismo do Algarve, liderada por Desidério Silva, conseguiu implementar na região com mestria numa união de turismo, economia e cultura.
Dália Paulo é muito mais do que uma gestora de um orçamento de 1,5 milhões de euros a despender numa programação que se estende deste mês de Outubro até Maio.
É acima de tudo a obreira de uma aventura que poucos teriam ao início tido a coragem de abraçar quando aceitou criar de raiz um programa regional de oferta cultural pensado para derrubar tudo e mais alguma coisa, nomeadamente a sazonalidade da procura turística num tempo recorde e sem rede, como só faz quem realmente sabe do mister que abraça como profissão.
É este o rosto que sem um único gabar fez da ideia da Região de Turismo uma realidade com a prata da casa e que apresenta agora a consolidação do ‘milagre’ que foi a primeira edição deste programa.
As apostas
O 365 Algarve aposta agora em Festivais – e há-os para todos os gostos – e em eventos âncora capazes de fidelizar públicos naquilo que se quer a construção contínua de um público de amantes deste verdadeiro périplo pela cultura.
“Queremos que mais pessoas se encontrem com o 365 Algarve e com a actividade cultural numa relação de proximidade. Que sejam a grande comunidade do 365 Algarve e que passem pelo nosso site da internet como quem procura num amigo uma proposta cultural para uma jornada por bons momentos”, diz.
A programação procura também consolidar oferta cultural herdada da programação do ano passado e que importa manter neste que “foi e é um desafio de coesão territorial assente na cultura”.
Depois, as novidades compõem um arranjo que se deseja desafiador e inovador ao mesmo tempo que apostado no que é nosso e que pretende ser cativador para a multiplicidade de públicos que a região tem e que o turismo traz ao Algarve.
Nem tudo foi perfeito, nem o será certamente, mas o 365 Algarve aprendeu e prova-o
Uma das falhas da primeira edição do programa foi definitivamente a comunicação.
A cultura gerida com esta dimensão não se compadece da lonjura face aos públicos no que toca a divulgação e a comunicação é mais do que as notícias é um discurso cuja narrativa tem de ser global e multifacetada.
Desta feita, o 365 Algarve conta com cerca de 170 mil euros para comunicação, que dão origem a uma nova abordagem nos materiais de comunicação e nos canais utilizados. Desde logo no site da internet onde convivem actualmente quatro línguas estrangeiras a par do português .
A festa dos sentidos
É este programa que constitui uma desafiante paleta de propostas que celebra um Algarve e um país virados para a interculturalidade que mostra três patrimónios imateriais a quem nos visita e os revisita para os que cá vivem.
Unidos estarão o fado e a dieta mediterrânica de mãos dadas com o flamenco, numa celebração da cultura como património inalienável da existência dos povos.
Numa chamada a rebate para a verdadeira festa dos sentidos o 365 Algarve está aí e, uma vez mais, irrepetível em cada edição, Assim, perder este apelo é deixar um pouquinho de viver, saia de casa e experimente esta ode à arte de sentir.
(Artigo publicado na edição papel do Caderno de Artes Cultura.Sul de Outubro)