A urgência de ginecologia e obstetrícia do hospital de Beja vai continuar fechada até 7 de outubro por falta de médicos devido ao surto de covid-19 que já infetou 31 profissionais da unidade, foi hoje divulgado.
Devido ao surto e à “consequente falta de médicos da especialidade” para preencher as escalas, o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do hospital de Beja vai manter-se “temporariamente” fechado até às 08:00 de dia 7 de outubro, refere a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), numa informação hoje divulgada.
Enquanto o serviço estiver fechado, não há atendimento de ginecologia e obstetrícia a utentes provenientes do exterior, as quais serão encaminhadas para os hospitais públicos mais próximos, mas o internamento na especialidade mantém-se a funcionar para as internadas no hospital de Beja, explicou à agência Lusa a presidente da ULSBA, Conceição Margalha.
Em declarações à Lusa na segunda-feira, a responsável explicou que, devido ao surto, o hospital ficou “temporariamente” com “falta de médicos da especialidade para preencher as escalas” do Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e teve de fechá-lo no domingo às 20:00.
Conceição Margalha disse que o serviço iria ficar fechado “de certeza” até às 08:00 de hoje, porque já se sabia que não havia médicos para fazer as escalas até então, mas hoje a ULSBA divulgou que a situação vai manter-se até às 08:00 de dia 07 de outubro.
O surto, que foi identificado no hospital de Beja na passada quinta-feira, quando foram detetados os primeiros seis enfermeiros do bloco operatório infetados, já provocou 31 casos de infeção confirmados entre profissionais de saúde, segundo os dados mais recentes divulgados pela ULSBA cerca das 21:30 de segunda-feira.
Entre os 31 infetados confirmados, há 14 enfermeiros, nove médicos, cinco assistentes operacionais, dois assistentes técnicos e um técnico de diagnóstico e terapêutica e todos têm “apenas sintomas ligeiros” e estão em isolamento em casa, refere a ULSBA, que gere o hospital de Beja.
Devido ao surto, a ULSBA reforçou as medidas de segurança e higiene, alargou o rastreio a profissionais e decidiu realizar testes de despiste de covid-19 a todos os funcionários do hospital de Beja, o que deverá terminar no final desta semana.
Segundo a ULSBA, no hospital, à exceção do bloco operatório, onde só há atividade cirúrgica de urgência, e do Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, que está fechado, as consultas de especialidade e outros atos médicos e de enfermagem e exames decorrem “com normalidade”.
A ULSBA refere que os utentes devem dirigir-se ao hospital de Beja “com toda a confiança, mas respeitando e cumprindo as indicações dadas”.
Trata-se de indicações relativas ao distanciamento físico, à higienização das mãos, ao cumprimento da hora da consulta ou do exame e, “muito importante”, o uso obrigatório de máscara no interior dos edifícios do hospital de Beja.
A situação do surto “está a ser monitorizada” pela Unidade de Saúde Pública, pelo Serviço de Saúde Ocupacional e pelo Grupo de Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos e ao abrigo do plano de contingência no âmbito da pandemia de covid-19 da ULSBA.
Após identificados os primeiros casos, as equipas daqueles serviços “iniciaram de imediato” os procedimentos de avaliação de risco dos colaboradores e o pedido de testes e o isolamento dos casos suspeitos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o mais recente balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.957 pessoas dos 74.029 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.