Nas Filipinas, quem recusar vacinar-se contra a covid-19 corre o risco de ir preso. A ameaça foi decretada pelo Presidente, que afirmou quinta-feira, numa mensagem pela televisão, que os cidadãos não vacinados serão detidos se desobedeceram às ordens para permanecerem confinados em casa.
O chefe de Estado deu ordens a líderes comunitários “para procurarem as pessoas que não foram vacinadas e pedirem-lhes, ou ordenem-lhes, se possível, que fiquem onde estão”, anunciou. “Se recusarem e saírem de casa e andarem pela comunidade, ou talvez por toda a parte, podem ser contidas. Se recusarem, os agentes têm o poder de prender as pessoas desobedientes.”
“SOU RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA
E BEM-ESTAR DE TODOS OS FILIPINOS”
Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, a taxa de vacinação nas Filipinas — onde a inoculação é voluntária — ronda os 48%, numa população de 110 milhões de habitantes. Duterte expressou-se “horrorizado” perante a baixa taxa de vacinação, num contexto de infeções “galopantes” com a variante Ómicron, altamente transmissível. “Quem não receber a vacina coloca toda a gente em risco.”
A drástica medida afeta sobretudo a capital, Manila, uma das megacidades mundiais, onde vivem cerca de 13 milhões de pessoas. Os cidadãos não vacinados só estão autorizados a sair à rua para deslocações absolutamente essenciais.
À semelhança de muitos outros países, também as Filipinas atravessam um período de grande número de contágios. Esta quinta-feira, o país registou 17.220 casos diários, valor que já não se verificava desde 26 de setembro. Desde o início da pandemia, só a Indonésia tem pior registo do que as Filipinas (em contágios e mortes), na região do Sueste Asiático. Na Indonésia, com quase o triplo da população filipina, foram confirmados 4.264.669 casos e morreram 144.116 pessoas, enquanto nas Filipinas já houve 2.888.917 infeções confirmadas e 51.743 mortes por covid-19.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL