A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou, esta sexta-feira, o primeiro caso de Febre Hemorrágica da Crimeia-Congo (FHCC) em Portugal. O paciente, um homem português com mais de 80 anos, residente no distrito de Bragança e com histórico de atividades agrícolas, não resistiu à doença. Este triste acontecimento marca uma nova etapa na vigilância sanitária do país.
Segundo o comunicado da DGS, “o caso, num indivíduo com mais de 80 anos de idade, de nacionalidade e naturalidade portuguesa, residente no distrito de Bragança, que realizou atividades agrícolas durante o período de incubação, teve início de sintomas a 11 de julho de 2024, tendo sido admitido no Hospital de Bragança por sintomatologia inespecífica e acabou por falecer.” Após a sua morte, amostras biológicas foram enviadas para o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), onde foi confirmada a presença do vírus da FHCC.
A doença, transmitida principalmente através da picada de carraças, representa um risco acrescido para aqueles que frequentam áreas rurais ou realizam atividades ao ar livre em zonas onde estas parasitas são comuns. Como resposta ao caso identificado, a DGS emitiu um conjunto de recomendações para prevenir a picada de carraças, especialmente para pessoas que possam estar em áreas de risco.
Recomendações para prevenção da picada de carraças
Face à deteção deste caso, a DGS enfatiza a importância de adotar medidas preventivas. Para aqueles que se aventuram em zonas naturais propícias à exposição a carraças, são sugeridas as seguintes precauções:
- Vestuário Adequado: Optar por roupas de cores claras para que as carraças sejam mais facilmente identificadas e removidas. Usar vestuário de mangas compridas, calças compridas e calçado fechado para minimizar a exposição da pele.
- Uso de Repelentes: Considerar a aplicação de repelentes de insetos no vestuário e produtos que contenham DEET (N,N-dietilm-toluamida) na pele, especialmente em áreas de risco.
- Percursos Seguros: Durante passeios em áreas rurais, é aconselhável manter-se na zona central dos caminhos para evitar o contacto com a vegetação, onde as carraças podem estar presentes.
- Inspeção Corporal: Após atividades ao ar livre, verificar cuidadosamente a roupa, a pele e o couro cabeludo à procura de carraças. Caso sejam encontradas, deve-se procurar ajuda médica para a sua remoção adequada e ficar atento ao surgimento de sintomas. A DGS aconselha ainda o contacto com o SNS24 para orientação sobre como proceder.
Apesar da gravidade deste caso isolado, a DGS assegura que “não há risco de surto nem de transmissão de pessoa para pessoa, evidenciando que se trata de um caso raro e esporádico.” A autoridade de saúde permanece vigilante, comprometida com a transparência e a comunicação oportuna à população.
Este primeiro caso de FHCC em Portugal serve como um alerta para a importância da prevenção e da vigilância sanitária, especialmente em áreas rurais. Ao seguir as recomendações da DGS, a população pode reduzir significativamente o risco de exposição a esta perigosa doença.
Leia também: Há uma condição para entrar na praia algarvia eleita uma das melhores da Europa