Há vários meses que uma família de Southend-on-Sea, Essex, em Inglaterra, trava uma luta com o sistema judicial do país para impedir que o o filho, um rapaz de 12 anos, deixe de receber suporte artificial de vida.
A criança sofreu danos cerebrais em abril deste ano, depois de, segundo a mãe, ter participado num desafio nas redes sociais em que os utilizadores são encorajados a suster a respiração até desmaiarem por falta de oxigénio. Está internado desde então no Royal London Hospital, localizado em Whitechapel, na capital britânica.
Alegando que o rapaz se encontra em morte cerebral e que manter o tratamento de suporte artificial de vida “não está de acordo com os melhores interesses da criança”, o hospital pretende pôr fim a esse tratamento. Já os pais querem que seja permitido ao filho ter uma morte “natural”.
No entanto, os tribunais britânicos têm respondido negativamente aos pedidos do casal, dando razão ao hospital. Sabendo que a data da interrupção do tratamento se aproximava (estava marcada para esta segunda-feira, 1 de agosto) os pais decidiram interpor um recurso para adiar o momento em que as máquinas serão desligadas. Isso permitiu-lhes ganhar algum tempo, mas não o tempo que gostariam.
RECUSADO RECURSO INTERPOSTO PELOS PAIS
Esta segunda-feira, foi anunciado que o recurso foi recusado. Em declarações aos jornalistas no final da audiência, Hollie Dance, a mãe, de 46 anos, referiu ter feito “uma promessa” ao filho e garantiu que vai “continuar a lutar até ao fim”, segundo jornal britânico “The Guardian”. Também adiantou que vai recorrer da decisão junto do Supremo Tribunal britânico.
A ONU, através do Comité sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD, na sigla inglesa), apelou junto deste tribunal para que o tratamento seja mantido. E também o Governo britânico escreveu recentemente uma carta a pedir ao tribunal para considerar esse pedido.
Estes pedidos estão a ser analisados, mas os juízes que recusaram o recurso apresentado pelos pais afirmaram que a interrupção do tratamento “não pode ser adiada para lá desta terça-feira”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL