Os médicos de saúde pública estão contra a possibilidade das pessoas em isolamento irem votar nestas eleições legislativas. E avisam o Governo que se isso acontecer podem deixar de fazer o rastreio de contactos com o mesmo afinco.
É a quarta vez que os portugueses vão às urnas em tempo de pandemia. As previsões dos especialistas dizem que, nas próximas eleições legislativas de 30 de janeiro, 1,2 milhões de pessoas podem estar em confinamento. Perante este valor, está a ser considerada a possibilidade dos isolados poderem votar.
Revoltados com esta hipótese, os médicos de saúde pública avisam o Governo que se for levantado o isolamento, vão deixar de fazer o seu trabalho com “afinco” – uma espécie de resposta de zelo ao que consideram ser um retirar do tapete por parte do Executivo.
Ao Jornal de Notícias, Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, lembra que as decisões para o isolamento são técnicas e não políticas. Diz ainda que um levantamento do confinamento em dia de eleições ia enfraquecer a posição dos clínicos, uma vez que seria o Governo a dizer que não é assim tão importante ficar em casa quando se tem covid-19 ou suspeita da doença.
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