Portugal contabiliza hoje mais 16 mortos relacionados com a covid-19 e 1.208 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 2.110 mortes e 89.121 casos de infeção, estando ativos 32.964 casos, mais 643 do que na segunda-feira.
A DGS indica que das 16 mortes registadas, 10 ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, cinco na região Norte e uma na região Centro.
Relativamente aos internamentos hospitalares, o boletim revela que nas últimas 24 horas há mais 39 pessoas internadas totalizando 916, das quais 132 em cuidados intensivos (mais quatro em relação a segunda-feira).
As autoridades de saúde têm em vigilância 50.291 contactos, mais 1.447 em relação a segunda-feira.
Nas últimas 24 horas 549 doentes recuperaram totalizando 54.047 desde o início da pandemia.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram notificados mais 340 novos casos de infeção, contabilizando a região 43.986 casos e 846 mortes.
A região Norte regista hoje mais 713 novos casos de covid-19, totalizando 33.660 casos e 929 mortos desde o início da pandemia.
Na região Centro registaram-se mais 94 casos, contabilizando 7.176 infeções e 273 mortos.
No Alentejo foram registados mais 32 novos casos de covid-19, totalizando 1.677, com um total de 26 mortos desde o início da pandemia.
A região do Algarve tem hoje notificados mais 24 novos casos de infeção, somando 2.025 casos e 21 mortos.
Na Região Autónoma dos Açores foram registados dois novos casos nas últimas 24 horas, somando 300 infeções detetadas e 15 mortos desde o início da pandemia.
A Madeira registou três novos casos nas últimas 24 horas, contabilizando 297 infeções, sem óbitos até hoje.
O novo coronavírus já infetou em Portugal pelo menos 40.566 homens e 48.555 mulheres, de acordo com os casos declarados.
Os casos confirmados distribuem-se por todas as faixas etárias, situando-se entre os 20 e os 59 anos o registo de maior número de infeções. A faixa etária 40 e os 49 é a que regista o valor mais elevado.
Do total de vítimas mortais, 1.057 eram homens e 1.053 mulheres.
O maior número de óbitos continua a concentrar-se nas pessoas com mais de 80 anos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e setenta e sete mil mortos e mais de 37,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
Sobre os casos por concelho, a DGS recorda que apenas é atualizada às segundas-feiras e adianta que se refere ao total de notificações médicas no sistema SINAVE, não incluindo notificações laboratoriais. Como tal, pode não corresponder à totalidade dos casos por concelho.
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Aljezur é o único concelho algarvio sem casos ativos
Ao que o POSTAL apurou, o total de casos confirmados Covid-19 elevava-se a 1966 (DGS apresenta hoje 2.025), com 23 falecimentos a lamentar (DGS contabiliza 21).
À data de sábado, dia 10, a região do Algarve apresentava 743 casos ativos de doentes com Covid-19 e 1200 recuperados.
Os quatro concelhos com mais casos ativos são:
ALBUFEIRA com 130 (17% do total),
LOULÉ com 118 (16%),
VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO com 97 (13%),
PORTIMÃO com 72 (10%).
Os concelhos algarvios com menos de dez casos ativos são: Alcoutim com 9, Vila do Bispo com 8, São Brás de Alportel com 7 e Monchique com 2.
Aljezur é agora o único concelho algarvio sem casos ativos.
Estes dados baseiam-se nas informações da Entidade Regional de Saúde do Algarve e das autarquias algarvias, dados nem sempre coincidentes com os da DGS, que passou a atualizar os casos por concelho semanalmente.
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Aluno impedido de entrar na escola mesmo com teste negativo à covid-19
Um aluno do 9.º ano de uma escola de Lisboa está a ser impedido de entrar no estabelecimento de ensino depois de ter tido covid-19, apesar de a mãe já ter apresentado o resultado negativo do teste.
Gabriel não vai às aulas há mais de três semanas, tendo perdido o contacto com os professores, colegas e com as matérias que estão a ser dadas. “Pedi que me fossem enviando trabalhos para ele poder ir acompanhando, mas nada. Hoje tinha um teste de Físico-Quimica e não o fez”, contou à Lusa Judith Soares, mãe do rapaz de 14 anos.
O processo de envio de informação para as escolas, por parte das entidades de saúde, está a demorar cerca de uma semana, contou a mãe do aluno, para explicar os esforços que está a fazer para o Gabriel poder regressar à escola.
O aluno teve covid-19 mas o teste de despistagem já veio confirmar que está curado. A mãe enviou, na semana passada, os resultados laboratoriais para a diretora de turma da Escola EB23 Luís de Camões, que respondeu dizendo que o aluno só entra nas instalações com um “atestado de cura”.
“Fico contente pelas vossas melhoras mas atenção que o Gabriel só pode regressar à escola acompanhado de um atestado de cura passado pelo médico. Não é suficiente o resultado do teste”, respondeu a diretora de turma numa troca emails a que a Lusa teve acesso.
A mãe contactou o Centro de Saúde, ligou para o SNS24, tentou contactar a médica de família, mas todos os que responderam ao seu pedido de ajuda disseram que bastava o resultado do teste e que não iriam passar qualquer declaração.
Judith voltou então a avisar a diretora que não tinha nenhum atestado e que a médica do centro de saúde tinha dito que a escola tinha de receber o aluno com o teste negativo.
Mas a escola manteve a posição de não permitir a entrada de Gabriel. A Lusa contactou hoje a direção do agrupamento de escolas, que se mostrou indisponível para esclarecer o assunto.
Na segunda-feira, a Lusa questionou a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, que reafirmou o que as restantes autoridades de saúde já tinham dito: “Uma criança ou adulto que cumpre período de quarenta, está assintomática e tem teste negativo pode voltar tranquilamente à sua escola”.
A pandemia de covid-19 trouxe novas regras para dentro dos recintos escolares. Cada escola teve de se preparar para a eventualidade de surgir um surto e, para isso, desenhou um plano de contingência.
O Plano de Contingência do Agrupamento de Escolas Luís de Camões define que as pessoas são consideradas curadas quando apresentam ausência completa de febre e sem outros sintomas durante três dias consecutivos ou então quando apresentam teste laboratorial negativo. “Após determinação de cura e indicação da Autoridade de Saúde Local, a pessoa pode regressar ao estabelecimento de ensino”, refere o documento.
Judith esteve presencialmente na escola na segunda-feira para falar com os responsáveis e arranjar uma solução para que o filho regressasse à escola. Mas, mais uma vez, não conseguiu. “Ninguém quer saber. Uma pessoa sente-se sozinha, sem saber a quem recorrer”, desabafou.
Os serviços de saúde estão assoberbados com trabalho, não recebem as pessoas sem marcação prévia, não atendem os telefones e têm as caixas de email cheias, contou à Lusa.
Do lado das escolas, impera o medo do desconhecido. Mas, para Judith, o mais grave é a forma como tratam pais e alunos.
Há quatro semanas, a 21 de setembro, Judith avisou a direção escolar que ela e o marido estavam com sintomas covid e, por precaução, não iriam enviar o filho para a escola. “Não queria expor ninguém a este perigo. O Gabriel tem uma colega que é grupo de risco, porque é diabética, e nunca poderia mandá-lo para a escola”, explicou.
Quando os resultados dos testes chegaram, confirmaram-se os piores receios: Os pais estavam contaminados. Poucos dias depois também Gabriel recebeu o teste positivo à covid-19.
Judith avisou a diretora de turma. Antes, tinha alertado os pais da turma do Gabriel, através do grupo que criaram no whatapp. “Fiz o que gostaria que fizessem comigo, que foi avisar para estarem atentos a eventuais sintomas”, explicou.
A Lusa falou com outros pais que agradeceram a preocupação da mãe de Gabriel. Mas, segundo Judith, nem todos aplaudiram a iniciativa: “O diretor da escola ligou-me a destratar-me, a dizer que eu tinha lançado o pânico na escola”, contou.
Judith lamenta também que nunca ninguém na escola tenha ligado para saber se Gabriel estava melhor. Já ao pedido para que os professores enviassem as matérias que estavam a ser dadas nas aulas, Judith diz só ter recebido uma resposta da diretora de turma.
Hoje, o Gabriel tinha um teste de Físico-Quimica que foi impedido de fazer. A mãe recorda que no passado ano letivo as aulas presenciais foram suspensas em março e, até ao final do ano, os alunos da Luís de Camões “tiveram pouco acompanhamento” por parte dos professores.
Neste novo ano letivo, a maioria das escolas está a aproveitar as primeiras semanas de aulas para recuperar e consolidar matérias que não foram dadas no ano passado. Judith sente que o seu filho “está a ser prejudicado” por um problema que os ultrapassa.
Restrições continuam a apertar na Europa, mas confinamento é afastado
A Europa colocou, nas últimas semanas, restrições adicionais para tentar combater o aumento do número de infeções e de mortes por covid-19 numa altura em que o número de mortos em todo o mundo já ultrapassa 1,8 milhões.
Apesar das medidas estarem a apertar, ainda nenhum país decidiu regressar ao confinamento nacional e, hoje, os membros da União Europeia comprometeram-se a só adotar restrições à circulação no espaço comunitário coordenadas entre todos e se forem “proporcionais e não discriminatórias”, devendo também ser levantadas logo que possível.
A Organização Mundial de Saúde apelou a que não se utilize novamente o confinamento para travar a propagação do novo coronavírus, tendo o representante da OMS para a Covid-19, David Nabarro, explicado que uma medida dessas só deve ser usada para ganhar tempo enquanto os Estados se reorganizam, reagrupam e reequilibram os recursos.
Ainda assim, se os confinamentos nacionais parecem estar fora do radar dos governos, os regionais e locais parecem estar a ganhar força na Europa.
+++ Alemanha +++
Na Alemanha, grandes cidades como Berlim e Frankfurt decidiram encerrar bares e restaurantes entre as 23:00 e as 06:00, horário em que a venda de bebidas alcoólicas e reuniões em grupos de mais de cinco pessoas estão proibidas.
Vários dos grandes centros urbanos do país, como foi o caso destas duas cidades, mas também Colónia, Essen, Estugarda ou Bremen, foram considerados áreas de risco – foram registadas 50 infeções por 100.000 habitantes em sete dias -, o que significa que têm de ser adotadas medidas territoriais especiais.
A maioria dos municípios impôs a proibição de pernoitar no seu território aos viajantes provenientes de zonas de risco.
Desde o início da pandemia de covid-19, a Alemanha já contabilizou mais de 325 mil casos e quase 10 mil mortes.
+++ Bélgica +++
Face a um aumento “bastante alarmante” do número de infetados – que as autoridades da Bélgica, um dos países europeus mais afetados pela pandemia, admitiram poder atingir os 10.000 casos diários no final da semana – o Governo reforçou as restrições.
Desde a semana passada, contactos próximos estão limitados a três pessoas fora de casa e os bares e cafés de Bruxelas, que têm registado mais de 800 novos casos diariamente, foram obrigados a encerrar durante pelo menos um mês.
Com uma população de cerca de 11,5 milhões, o país contabiliza mais de 162.200 pessoas infetadas e quase 10.200 mortes desde o início da pandemia.
+++ Espanha +++
O Governo decretou na semana passada o estado de emergência durante 15 dias em Madrid e noutros nove municípios da região, restabelecendo as restrições de movimentos, apesar de o Tribunal Superior de Justiça de Madrid as ter rejeitado em 10 municípios.
O executivo nacional e o regional têm mantido um braço de ferro sobre as medidas para reduzir o número de contágios em Madrid, a região de Espanha mais atingida, já que as autoridades regionais consideram que se está a interferir “com os direitos e as liberdades fundamentais”.
O primeiro-ministro declarou, no entanto, o estado de emergência, obrigando a adoção de medidas de restrição durante duas semanas, e mobilizando cerca de 7.000 polícias para as fazer respeitar.
As restrições proíbem a entrada e saída de pessoas nas cidades da região de Madrid, exceto para ir ao médico, ao trabalho, a centros educativos, dar assistência a idosos, menores e dependentes e para ir a bancos, tribunais ou outros organismos públicos.
As reuniões familiares e sociais, a menos que coabitem, são limitadas a seis pessoas e a capacidade máxima dos estabelecimentos comerciais e serviços abertos ao público é reduzida a 50%, devendo fechar o mais tardar até às 22:00.
Para hotéis, restaurantes, cafés e bares a capacidade permitida não pode exceder 50% no interior e 60% no exterior, e o consumo ao balcão é proibido, devendo estar encerrados às 23:00.
Espanha regista cerca de 900 mil pessoas infetadas desde o início da pandemia, das quais mais de 33 mil morreram.
+++ Finlândia +++
As autoridades do país, um dos menos afetados da Europa pela pandemia, aprovaram, no início do mês, novas medidas de contenção, incluindo o encerramento de espaços de lazer antes da 01:00, já que a maioria dos infetados são jovens.
Além disso, foi estendida a todo o território a recomendação da utilização de uso de máscaras nos transportes públicos, lojas e outros locais onde não seja possível manter uma distância social mínima, medida em vigor, até agora, apenas nas regiões mais afetadas.
Perante uma duplicação do número de infetados em duas semanas, o Governo decidiu apertar mais as restrições às viagens, permitindo a entrada de turistas de apenas três países europeus sem cumprirem quarentena: Chipre, Letónia e Liechtenstein.
A Finlândia regista mais de 12.000 casos de doentes infetados desde o início da epidemia e conta quase 350 mortos.
+++ França +++
O Governo vai anunciar hoje novas medidas restritivas, que poderão incluir um toque de recolher noturno nas áreas mais afetadas e confinamentos locais.
A imprensa francesa aponta que a possibilidade de serem impedidas saídas noturnas nas zonas urbanas que estão em alerta máximo – aquelas em que foram registados pelo menos 250 casos novos por cada 100.000 habitantes em sete dias -, como Paris, Marseille-Aix en Provence, Lyon, Grenoble, Saint Étienne, Lille, Toulouse e Montpellier.
O “alerta máximo” significa que estas zonas têm bares, piscinas e ginásios encerrados e protocolos sanitários reforçados nos restaurantes, além de não poderem organizar feiras e circos, e terem limites reforçados nos centros comerciais e anfiteatros universitários.
Em Paris, foi ativado o “plano branco reforçado”, que permite aos estabelecimentos de saúde desprogramar as atividades cirúrgicas e mobilizar todas as forças para os doentes de covid-19.
Dos 101 departamentos em que se divide administrativamente a França, 74 encontram-se já em situação de vulnerabilidade elevada, tendo o primeiro-ministro admitido confinamentos locais se os indicadores piorarem.
A pandemia em França já atingiu quase 750 mil pessoas, provocando a morte de 32.800.
+++ Itália +++
O Governo italiano proibiu, a partir de hoje e durante 30 dias, que bares e restaurantes sirvam bebidas alcoólicas a clientes que não estejam sentados até às 21:00 e obriga estes estabelecimentos a fechar até à meia-noite.
As novas restrições incluem ainda a proibição de fazer festas e celebrações em espaços exteriores e em locais fechados, limitando a seis o número de convidados em casa e os casamentos e batizados não podem acomodar mais de 30 pessoas.
Desde a semana passada, o uso de máscara passou a ser obrigatório em todo o país, mas foi reduzido o tempo de quarentena – de 14 para 10 dias – em casos de contacto com pessoas infetadas, sendo agora necessário um único teste negativo para estabelecer que a pessoa está curada.
O Governo italiano prorrogou recentemente o estado de emergência até 31 de janeiro e o primeiro-ministro não descartou a adoção de medidas ainda mais restritivas caso a situação continue a agravar-se.
A Itália acumulou cerca de 360.000 casos desde que o início do estado de emergência, em fevereiro, e registou mais de 36.200 mortes.
+++ Países Baixos +++
O Governo vai anunciar hoje novas medidas mais restritivas, negociadas com as autoridades locais, tendo o primeiro-ministro admitido que uma das restrições poderá ser o encerramento dos restaurantes.
O país registou, no fim de semana quase 7.000 novos casos diários de contaminação, levando a Federação de Médicos Especialistas a pedir ao Governo para tomar medidas mais rígidas, alegando que “a onda de covid-19 assumiu a forma de um tsunami” para os hospitais locais.
Entre as medidas propostas, está a restrição de desportos coletivos para maiores de 18 anos (excluem-se os desportos profissionais), além de um limite de lotação para espaços públicos fechados, como lojas e teatros, onde o máximo passará a ser de 30 pessoas.
O país regista mais de 187 mil casos de covid-19, incluindo 6.654 mortes, desde o início da epidemia.
+++ Polónia +++
O uso de máscaras em espaços públicos passou a ser obrigatório em todo o país devido a um aumento recorde do contágio do novo coronavírus, que o primeiro-ministro considerou como a chegada da “segunda vaga” da pandemia.
Apesar de considerar não ser necessário, por enquanto, impor um novo confinamento, o Governo determinou que 38 municípios serão considerados zonas vermelhas, ou seja, terão restrições rígidas para reuniões públicas e familiares.
A Polónia regista mais de 135 mil casos de covid-19 desde o início da pandemia, tendo já ultrapassado as 3.100 mortes.
+++ Portugal +++
Em estado de contingência geral até quarta-feira, o Governo poderá anunciar hoje um prolongamento das medidas associadas ao nível de alerta ou adotar novas restrições face ao número crescente de infeções.
Por enquanto, os restaurantes têm de fechar à 01:00, não podendo receber clientes a partir das 00:00 e nas áreas de restauração de centros comerciais, há limite máximo de quatro pessoas por grupo.
É também proibida a venda de bebidas alcoólicas nas estações de serviço de abastecimento de combustíveis e, a partir das 20:00, em todas as lojas, à exceção dos restaurantes se for para acompanhar as refeições.
As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde o risco de incidência da covid-19 é mais elevado, têm medidas específicas, que passam por escalas de rotatividade entre teletrabalho e trabalho presencial e obrigatoriedade de desfasamento de horários de entrada e saída nos locais de trabalho, assim como horários diferenciados de pausas e refeições dos trabalhadores.
O Governo também determinou que os ajuntamentos estão limitados a 10 pessoas e que os estabelecimentos comerciais só podem abrir às 10:00, com exceção de pastelarias, cafés, cabeleireiros e ginásios.
Desde o início da pandemia, já morreram em Portugal quase 2.100 pessoas e foram infetadas cerca de 88 mil.
+++ Reino Unido +++
O primeiro-ministro garantiu que quer evitar um segundo confinamento nacional e, por isso, quer impor novas medidas de restrição, para as quais pediu o apoio popular.
Além do respeito pelo distanciamento social e isolamento, o Governo pretende encerrar ‘pubs’, bares, ginásios e outros espaços de lazer na zona de Liverpool, mantendo-se apenas em funcionamento estabelecimentos do setor da restauração que sirvam refeições, com as quais podem ser vendidas bebidas alcoólicas.
Esta cidade será a primeira a ser colocada no grau mais grave de um novo sistema de três níveis de restrições, de acordo com os números de infeções.
Em regiões sobre o nível 3, ou alerta máximo, bares e ‘pubs’ serão forçados a encerrar e as pessoas impedidas de sociabilizar em espaços fechados e em jardins privados, mas o comércio, escolas e universidades vão continuar a funcionar.
No nível 2, ou alerta elevado, será ilegal dois agregados familiares encontrarem-se em qualquer espaço fechado e as pessoas serão aconselhadas a usar transportes públicos apenas em casos excecionais, embora possam juntar-se até seis pessoas ao ar livre.
O nível 1, ou alerta médio, que abrange a maioria do país, mantém em vigor as regras atuais, que limitam ajuntamentos até seis pessoas e obrigam ao encerramento de bares e restaurantes às 22:00.
Três hospitais de campanha do norte do país, em Manchester, Sunderland e Harrogate, foram postos em modo de espera para poderem abrir e receber pacientes com covid-19 nas próximas semanas.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 620 mil pessoas infetadas no país e quase 43 mil mortos.
+++ República Checa +++
O Governo decidiu encerrar, a partir de quarta-feira, escolas, bares e restaurantes, e proibir o consumo de álcool na via pública, como resposta ao recorde de infeções registado nos últimos dias.
Além disso, todas as escolas irão fechar até, pelo menos, 02 de novembro, à exceção dos estabelecimentos de ensino abertos para filhos de médicos, enfermeiros ou equipas de resgate.
O Governo limitou ainda os ajuntamentos a um máximo de seis pessoas, passando agora a ser obrigatório o uso de máscara nas paragens de transportes públicos ao ar livre, tendo ainda fechado todos os teatros, cinemas, jardins zoológicos, museus, galerias de arte, ginásios e piscinas públicas.
Também todas as atividades desportivas em espaços fechados foram proibidos e ao ar livre estão limitadas até 20 pessoas.
A República Checa regista quase 121.500 casos de infeção por covid-19 e 1.050 mortes.
Pandemia reverterá progressos dos anos 90 e aumentará desigualdades
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a pandemia de covid-19 “reverterá os progressos feitos desde os anos 1990” em termos de redução de pobreza, e aumentará a “desigualdade”, segundo as Previsões Económicas Mundiais hoje divulgadas.
“A pandemia vai reverter o progresso feito desde os anos 1990 em termos de redução da pobreza mundial e vai aumentar a desigualdade”, pode ler-se no documento hoje divulgado pela instituição financeira internacional.
Segundo o FMI, depois de uma recuperação dos efeitos da pandemia em 2021, “o crescimento mundial deverá abrandar gradualmente para cerca de 3,5% no médio prazo”, numa assunção que compara com o crescimento projetado antes da pandemia para o período 2020-2025.
A pandemia foi “um revés significativo para a melhoria esperada no nível médio de vida em todos os grupos de países”, tanto economias desenvolvidas como em desenvolvimento, afirma o FMI.
A instituição assinala que “as pessoas que dependem do seu salário diário e estão fora das redes de apoio formais enfrentaram perdas de rendimento súbitas quando foram impostas restrições à mobilidade”, incluindo os trabalhadores migrantes.
O FMI lembra que o ‘stock’ das dívidas públicas mundiais vai aumentar de forma “significativa”, e que as menores contribuições fiscais irão dificultar o serviço de dívida dos soberanos.
Os riscos para as previsões do FMI, que espera uma queda da economia mundial de 4,4% em 2020, são “anormalmente grandes” em ano de pandemia, segundo o documento.
“Uma primeira camada [dos riscos] relaciona-se com o caminho da pandemia, a necessária resposta da saúde pública, e as disrupções à atividade doméstica associadas, nomeadamente em setores de contacto intensivo”, sinaliza o FMI.
Uma outra fonte de incerteza “é a extensão dos alastramentos mundiais provenientes da baixa procura, turismo mais fraco e menos remessas”, assinala a instituição liderada por Kristalina Georgieva.
O fundo aponta ainda para o sentimento dos mercados financeiros e as suas implicações para os fluxos de capitais mundiais, e ainda para a incerteza ao potencial da oferta, “que vai depender da persistência do choque pandémico, o tamanho e a eficácia das respostas políticas e a extensão das falhas nos recursos”.
No lado positivo, o FMI refere que “progressos com vacinas e tratamentos, bem como mudanças nos locais de trabalho e por parte dos consumidores para reduzir a transmissão [do vírus] podem permitir um regresso da atividade mais rápido para níveis pré-pandemia sem acionar ondas repetidas de infeções”.
Além disso, “uma extensão das medidas orçamentais para 2021 podem também elevar o crescimento acima das previsões” contabilizadas até agora.
“No entanto, o risco de piores resultados que o projetado permanece considerável. Se o vírus ressurgir, se o progresso nos tratamentos e vacinas for mais lento que o antecipado, ou o acesso dos países a eles permanecer desigual, a atividade económica poderá ser menor que o esperado”, alerta a instituição sediada em Washington.
Para o FMI, “considerando a severidade da recessão e a possível retirada de apoios de emergência em alguns países, o aumento das falências poderia combinar perdas de rendimentos e emprego”.
“A deterioração do sentimento financeiro poderia acionar uma paragem súbita nos novos empréstimos (ou falhas em renovar a dívida existente) às economias vulneráveis”, pode ler-se no documento.
A instituição financeira internacional alerta ainda para “eventuais alastramentos transfronteiriços provenientes de uma procura externa mais fraca”, que podem “amplificar o impacto de choques específicos para alguns países”.
Pelo menos 1,081 milhões de mortos em todo o mundo
A pandemia provocada pelo novo coronavírus já fez pelo menos 1.081.902 mortos em todo o mundo desde que foi notificado o primeiro caso na China, segundo o balanço diário da agência France-Presse.
Mais de 37.860.720 pessoas foram infetadas pelo novo coronavírus em todo o mundo, segundo o balanço, feito às 11:00 TMG (12:00 em Lisboa) de hoje com base em fontes oficiais.
Até hoje, pelo menos 26.184.600 pessoas foram consideradas curadas de covid-19, acrescenta a agência francesa, sublinhando que os números oficiais refletem apenas parte do número real de contaminações no mundo.
Alguns países só testam os casos graves, outros utilizam os testes sobretudo para rastreamento e muitos países pobres dispõem de capacidades limitadas de testagem.
No dia de segunda-feira, registaram-se 4.126 mortes e 297.637 novas infeções, segundo os números coligidos e divulgados pela agência.
Os países que registaram mais mortes nesse dia foram a Índia (706), os Estados Unidos (320) e a Argentina (318).
Os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetado, tanto em número de mortes como de infeções, com um total de 215.089 mortes e 7.804.643 casos, segundo os dados da universidade Johns Hopkins, que contabiliza ainda mais de três milhões (3.106.728) de casos declarados curados.
Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil, com 150.689 mortes e 5.103.408 casos, Índia com 109.856 mortes (7.175.880 casos), México com 83.945 mortes (821.045 casos) e Reino Unido Unidos com 42.875 mortes (617.688 casos).
O Peru é o país com o maior número de mortos em relação à população, com 101 mortes por 100.000 habitantes, seguido da Bélgica (88) e da Bolívia (71) e Espanha (71).
A China continental (sem Macau e Hong Kong) registou oficialmente um total de 85.591 casos (13 de segunda-feira para hoje), dos quais 4.634 foram mortais e 80.729 declarados curados.
Por regiões do mundo, a América Latina e o Caribe totalizaram 370.395 mortes para 10.151.027 casos, Europa 243.261 mortes (6.617.027 casos), Estados Unidos e Canadá 224.714 mortes (7.987.348 casos), Ásia 153.780 mortes (9.274.971 casos), Médio Oriente 50.463 mortes (2.211.367 casos), África 38.295 mortes (1.586.346 casos) e Oceânia 994 mortes (32.634 casos).