A região de Lisboa e Vale do Tejo tem o índice de transmissão (Rt) mais elevado do país e tem vindo a verificar um maior número de infeções entre os jovens dos 20 aos 29 anos. Esta faixa etária representa cerca de 30% dos novos casos da região, quando no resto do país não ultrapassa os 19%. Nos últimos sete dias, os diagnósticos em Lisboa aumentaram 39% em relação à semana anterior.
Ao jornal “i”, a Direção-Geral da Saúde esclareceu que “a incidência cumulativa a 14 dias por cem mil habitantes no concelho de Lisboa tem observado um crescimento lento e sustentado nas últimas duas semanas, sendo superior à da região de Lisboa e Vale do Tejo e do país”, acrescentando que “não existe reporte de surtos relacionados com os festejos do Sporting”.
“É cedo para se saber ao certo o seu impacto [dos festejos do Sporting], mas estimo que este seja baixo. Em termos de percentagem da população, nomeadamente dos 20 aos 39 anos, estimamos que, na taxa de incidência, o impacto possa ser na ordem dos 40 a 80 casos por 100 mil habitantes. Ora, isso corresponde a uma percentagem de 0,08% ou de 1% da população, o que seria mais ao menos entre quatro a oito casos por cada dez mil pessoas nos festejos” afirma, em declarações ao “Diário de Notícias”, o especialista Carlos Antunes.
Contudo, realça: “nunca se chegou a saber o número de pessoas que terá estado nos festejos e a minha estimativa foi feita com base em cerca de 40 a 50 mil pessoas, mas se tivéssemos o dobro, 100 mil, estaríamos a falar de 40 a 80 pessoas infetadas e este número já se deveria estar a revelar nesta altura, após cinco a sete dias do evento, essencialmente na região de Lisboa, mas esta média até está abaixo da registada em Lisboa e Vale do Tejo em casos diários, atualmente nos 120. Portanto, é um número que se dilui neste universo”.
O especialista acrescenta que a testagem em massa não está a acontecer. “Propusemos a testagem em massa como alternativa ao confinamento, mas não é isso que está a ser feito. Há casos, nomeadamente os assintomáticos, que podem estar a escapar à notificação e estar a gerar cadeias de transmissão que se podem multiplicar e só virem a ser apanhadas mais à frente”.
Carlos Antunes voltou a salientar que o RT divulgado no boletim diário, que tem em conta os dados avaliados pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), tem um atraso. “Na minha estimativa – elaborada por um método mais rápido do que o do INSA, que tem um atraso de cinco a sete dias, o que quer dizer que o R(t) do boletim de hoje reporta aos dias 13 ou 14 de maio – já está em 1,10″.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso