Num contexto onde a preocupação com a sustentabilidade e a saúde alimentar está cada vez mais presente, a contaminação por microplásticos surge como uma questão alarmante. Estudos recentes revelam a presença desses pequenos fragmentos poliméricos em diversos alimentos, levantando sérias questões sobre os potenciais riscos para a saúde humana.
Uma investigação aprofundada sobre proteínas de origem animal e vegetal revelou que cerca de 90% das amostras continham microplásticos. Estas partículas, que variam em tamanho de menos de 5 milímetros a 1 micrómetro, foram encontradas numa vasta gama de alimentos, incluindo frutas, vegetais, sal e açúcar. Até mesmo produtos aparentemente inofensivos, como sacos de chá de plástico, foram identificados como fontes significativas de contaminação.
Os potenciais impactos dos microplásticos na saúde humana têm suscitado crescente preocupação. Além de serem encontrados em tecidos humanos como leite materno e sangue, estes fragmentos foram associados a diversos riscos à saúde. Um estudo recente revelou que pessoas com partículas de microplásticos ou nanopartículas nas artérias do pescoço tinham o dobro de probabilidade de sofrer um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou morte nos próximos três anos.
Sherri “Sam” Mason, da Penn State Behrend, citada pelo Executive Digest, alerta para a perigosidade desses químicos, que podem migrar para órgãos vitais e até atravessar a barreira placentária.
Apesar dessas descobertas alarmantes, a Associação Internacional de Águas Engarrafadas argumenta que ainda não existe um consenso científico sobre os impactos dos nano e microplásticos na saúde humana, destacando a necessidade de mais investigação.
Uma análise detalhada revelou que certos alimentos são particularmente propensos à contaminação. Camarão panado liderou a lista, seguido por nuggets à base de plantas e nuggets de frango. Por outro lado, peito de frango, lombo de porco e tofu apresentaram menor contaminação.
Com base nestes resultados, estima-se que a exposição média de adultos americanos a microplásticos possa variar entre 11.000 e 29.000 partículas por ano, com uma exposição máxima estimada de 3,8 milhões de microplásticos por ano.
A ubiquidade dos plásticos no ambiente é preocupante. Um estudo recente identificou mais de 16.000 produtos químicos plásticos, sendo que 4.200 são considerados “altamente perigosos” para a saúde humana e o ambiente. Estes produtos degradam-se ao longo do tempo, transformando-se em micro e nanopartículas que podem contaminar os alimentos e, consequentemente, o organismo humano.
Para reduzir a exposição aos microplásticos, os especialistas recomendam evitar o consumo de alimentos armazenados em recipientes de plástico, preferir alimentos armazenados em vidro, esmalte ou folha, evitar aquecer alimentos em recipientes de plástico, optar por tecidos e produtos feitos de materiais naturais e reduzir o consumo de alimentos processados embalados em plástico.
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