Desde a entrada em vigor da legislação de 2012, que determinou obrigatoriedade de existência de desfibrilhadores em locais de acesso público, o número de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) tem vindo a aumentar, assim como o número de operacionais certificados. Até 2010, existiam apenas 90. Agora, há cerca de 26 mil operacionais certificados.
No Algarve, existe um projeto-piloto que visa formar pessoas para prestar assistência com desfibrilhadores a doentes cardíacos antes da emergência pré-hospitalar, num acordo entre o INEM e o consórcio que junta Universidade do Algarve e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), no âmbito de um outro protocolo que INEM e ABC já têm em curso para a implementação do projeto “Algarve Coração Seguro”, cujo o foco é passar das 1700 para as 5000 pessoas formadas.
O objetivo é permitir que o INEM, através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e de uma aplicação e plataforma digital criadas para o efeito, tenha acesso à geolocalização das pessoas formadas e dos desfibrilhadores e “ativar quem está mais perto” para prestar assistência. Segundo o presidente do ABC, Nuno Marques, no concelho de Loulé é esperado que, no máximo, em setembro, “isto esteja a funcionar em pleno”, adiantando que a ideia é “estender a zona piloto ao Algarve todo” e “mais tarde, o INEM ver também como, em termos nacionais, pode ser implementado” um apoio deste tipo.
Em Loulé já havia “56 desfibrilhadores operacionais no programa e espera-se que este ano ainda seja adquiridos e juntos ao processo mais 70”, enquanto o número de pessoas formadas deverá passar das 1.700 para as 5.000, aproximando o Algarve de ser “uma das regiões mais seguras em termos europeus” em caso de crises cardíacas.
O próprio INEM está a analisar um projeto nacional que prevê a certificação e reconhecimento dos municípios que contribuam “ativamente para a proliferação da formação de suporte básico de vida e desfibrilhação automática externa”, bem como “para o equipamento de DAE”, segundo avançou esta quarta-feira o Jornal de Notícias. O projeto em análise pretende promover a participação das autarquias no “combate à morte súbita”.
Desfibrilhador salva vida a jovem em Albufeira e a homem de 86 anos em Monte Gordo
Um jovem de 21 anos, a passar férias em Albufeira, viu a vida a ser-lhe restituída no passado sábado, dado o acesso rápido a um desfibrilhador instalado na via pública e às manobras de reanimação feitas por pessoas no local
O jovem, natural de Famões (Odivelas), encontrava-se numa piscina particular em Santa Eulália, quando sofreu uma paragem cardiorrespiratória. Civis presentes iniciaram manobras de reanimação, recolheram e usaram o DAE da respetiva zona, e acionaram o 112.
Esta foi a primeira vez que um equipamento DAE foi usado com sucesso por civis numa situação concreta, tendo assim assegurado a vida a este turista.
Já no início deste mês, um homem de 86 anos tinha sido assistido na praia de Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António, por elementos do Projeto “SeaWatch” e levado para o hospital. Quando chegaram ao local, “os elementos do Projeto “SeaWatch” prosseguiram com as manobras de reanimação com recurso ao Desfibrilhador Automático Externo (DAE) que equipa a viatura Amarok”.