A situação epidemiológica no Algarve “tem conseguido manter-se estabilizada” apesar de a população ter praticamente triplicado, com o aumento de turistas, disse hoje a delegada de Saúde regional de Faro.
“Não temos nenhum foco ou surto de grandes dimensões ativo. [Temos] Alguns pequenos surtos, de transmissão familiar ou laboral”, adiantou Ana Cristina Guerreiro na conferência de imprensa quinzenal da Proteção Civil Distrital, em Loulé.
O Algarve regista atualmente 264 casos ativos, sendo que dos novos casos apenas cerca de 40 são casos importados – referentes a portugueses que chegaram do estrangeiro ou de turistas -, número que é desvalorizado pelas autoridades.
“[Tratam-se] de portugueses que estiveram de férias em Espanha ou estrangeiros de várias nacionalidades que adoecem na nossa região”, exemplificou, acrescentando que os casos importados representam 17% dos casos ativos na região.
Segundo Ana Cristina Guerreiro, muitos dos turistas que chegam ao Algarve são provenientes de zonas que são consideradas áreas afetadas. Questionada pelos jornalistas sobre os seus países de origem, aquela responsável disse serem de “nacionalidades dispersas”.
No entanto, sublinhou, o que se verifica agora é, de certa forma, equivalente ao que aconteceu no início do surto pandémico, em março, em que uma parte substancial dos casos de covid-19 “eram de origem importada”.
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, António Miguel Pina, aproveitou para desvalorizar o número de casos importados, tendo em conta que a população no Algarve triplica durante os meses de verão.
“Já vieram [para o Algarve] cinco milhões de pessoas. Isto não tem significado nenhum. Os números são muito bons se percebermos que triplicamos a população”, sublinhou o também presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 826 mil mortos e infetou mais de 24,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.809 pessoas das 56.673 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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