A apresentação de um teste PCR ou antigénio negativo à covid-19 vai permitir a entrada nos espaços de diversão noturna, que, a partir de dezembro, estão sujeitos a esta medida mesmo para vacinados, esclareceu esta sexta-feira fonte do Governo.
Em resposta à agência Lusa, fonte do Ministério da Saúde explicou que ambos os testes, PCR ou antigénio, são admitidos para a entrada em bares e discotecas.
“No caso dos testes PCR, devem ser realizados com 72 horas de antecedência. No caso dos testes de antigénio, 48 horas”, precisou o Ministério da Saúde.
Sexta-feira, no final da reunião com o Governo, em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Discotecas Nacional (ADN), José Gouveia, tinha manifestado que permaneciam as dúvidas em relação ao tipo de teste negativo que os utentes terão de apresentar para poder ter acesso.
O presidente da ADN disse também que o Governo confirmou a obrigatoriedade do uso de máscara no interior dos estabelecimentos de animação noturna, a partir de 01 de dezembro, no âmbito do combate à pandemia.
A Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA), juntamente com a Associação de Discotecas Nacional (ADN) e representantes da diversão noturna do Centro e do Norte reuniram-se ontem com o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, para discutir as medidas anunciadas na quinta-feira pelo primeiro-ministro.
António Costa anunciou, após a reunião do Conselho de Ministros, que a entrada nos espaços de diversão noturna vai estar sujeita à apresentação de teste negativo à covid-19, mesmo para vacinados, a partir de 01 de dezembro, e que bares e discotecas vão encerrar entre 02 e 09 de janeiro para “contenção” de contactos e prevenção de contágios após o Natal e Ano Novo.
O primeiro-ministro anunciou também que o uso de máscara vai voltar a ser obrigatório em todos os espaços fechados, mas tinha ficado a dúvida se os espaços de diversão noturna estariam incluídos, uma vez que quando os bares e discotecas reabriram em 01 de outubro ficaram excluídos dessa obrigatoriedade, que se aplicou, no entanto, em alguns espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.
No final de setembro, quando foi confirmada a reabertura de discotecas e bares a partir de 01 de outubro, António Costa afirmou que não fazia sentido exigir a utilização de máscaras pelos clientes destes espaços, sendo apenas necessária a apresentação de certificado digital, que poderia ser relativo a vacinação, recuperação ou teste negativo.
José Gouveia referiu ainda que o Governo mostrou disponibilidade para apoiar os empresários do setor que decidam encerrar já a partir de 01 de dezembro, devido aos constrangimentos provocados pelas novas medidas.
“O compromisso que existe é perante aqueles que decidam encerrar a sua atividade em função de não encontrarem soluções para manterem as portas abertas com estas medidas”, referiu, sublinhando que o mês de dezembro “corresponde para a maioria das empresas ligadas à indústria da noite a um terço da sua faturação anual”.
No entanto, o presidente da ADN ressalvou que ainda não estão definidos os valores e os moldes do apoio e adiantou que na próxima semana haverá nova reunião já com a contabilização dos espaços de diversão noturna que irão fechar a partir de 01 de dezembro.
A Lusa contactou o Ministério da Economia sobre esta reunião, mas não obteve resposta até ao momento.
Fonte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse sexta-feira à tarde à Lusa que os bares e as discotecas vão poder beneficiar do ‘lay-off’ simplificado quando estiverem encerrados na chamada “semana de contenção” à pandemia covid-19, entre 02 e 09 de janeiro.
A tutela explicou que o mecanismo criado para apoiar as empresas durante o período de confinamento vai ser retomado automaticamente naquela semana de contenção”, porque as empresas fecham “por ordem governativa”.
A covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.393 pessoas e foram contabilizados 1.136.446 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar maior infecciosidade.