O boletim que acompanha a pandemia em Portugal assinala, esta quinta-feira, mais 53 mortes por covid-19, 50.447 novos casos e mais 21.294 recuperados. Na atualização diária feita pela Direção-Geral da Saúde, há agora 642.113 casos ativos (mais 29.100 do que ontem).
O número de casos reportados nas últimas 24 horas (50.447) registou uma descida face à véspera, mas, pelo terceiro dia seguido, volta a estar acima dos 50 mil. As mortes (53) descem também ligeiramente, ainda assim mantêm-se acima da média de óbitos dos últimos sete dias (47,6).
Em enfermaria há menos duas pessoas internadas, com o total a ser agora de 2440 internamentos. No entanto, há mais seis doentes em unidades de cuidados intensivos; no total, são 155 os pacientes em UCI.
A matriz de risco atualizada na quarta-feira (nova avaliação é feita amanhã) indicou uma ligeira descida do índice de transmissibilidade, R(t), para 1,09 a nível nacional e 1,10 no continente. A incidência voltou a subir, aumentando para 7081,7 casos por 100 mil habitantes em todo o território nacional e para 7111,8 no continente.
Desde o início da pandemia em Portugal, em março de 2020, quando foi detetado o primeiro caso de covid-19, as autoridades de saúde já identificaram 2.795.830 infeções, 20.077 óbitos e 2.133.640 recuperados. Há ainda 653.062 contactos em vigilância, o que corresponde a mais 7365 do que na véspera.
Norte e Lisboa com o mesmo número de mortes
A região de Lisboa e Vale do Tejo e o Norte registaram o mesmo número de óbitos nas últimas 24 horas: 18 cada, o que é mais de metade do total de mortes reportadas em todo o país. Já o Centro tem oito óbitos a lamentar no último dia, o Algarve três, a Madeira três também, os Açores dois e o Alentejo um.
Com 20.279 novos infetados no último dia (o equivalente a 40,20% do total de contágios), o Norte volta a ser a região de Portugal com o maior aumento diário de casos, uma tendência que se verifica pelo 21.º dia consecutivo, em rigor, desde o dia 14 de janeiro.
Imediatamente a seguir está a região de Lisboa e Vale do Tejo com 14.293 novos casos (28,33%), o Centro com 9455 (18,74%), o Alentejo com 2272 (4,50%), o Algarve com 2103 (4,17%), os Açores com 1511 (3,00%) e, por último, a Madeira com 534 infetados (1,06%).
Os números absolutos de casos e mortes por região ficam assim:
Relativamente a casos confirmados por faixa etária, a fotografia do país é a seguinte:
Quanto a mortes confirmadas por covid-19 por faixa etária, uma doença que afeta mais a população mais velha, o retrato do país é o seguinte:
Por idades, 9.330 dos contágios nas últimas 24 horas verificaram-se em pessoas entre os 40 e os 49 anos, 8.718 na faixa etária dos 30 aos 39, 8.564 entre os 10 e os 19 anos, 7.164 entre os 20 e 29 anos, 6.505 em crianças até aos nove anos de idade, 4.392 entre 50 e 59 anos, 2.763 entre 60 e 69 anos, 1.750 entre 70 e 79 anos e 1.261 em pessoas com 80 anos ou mais.
O SARS-CoV-2 já infetou pelo menos 1.308.013 homens e 1.485.265 mulheres em Portugal, havendo ainda 2.552 casos de sexo desconhecido que estão sob investigação, uma vez que estes dados não são fornecidos de forma automática.
Desde o início da pandemia, e associado à covid-19, morreram 10.568 homens e 9.509 mulheres.
IST ESTIMA QUE INFEÇÕES E MORTES VÃO DIMINUIR NAS PRÓXIMAS SEMANAS
De acordo com a estimativa do Instituto Superior Técnico (IST), Portugal está a atingir o pico da atual vaga da pandemia e, nas próximas semanas, vai se registar uma redução de infeções, internamentos e de mortes por covid-19.
“O Rt (índice de transmissibilidade do vírus) em todo o país está em descida acentuada e já se aproxima de 1 em média geométrica a sete dias, o que indica que o pico da incidência já está a ser atingido”, avança o relatório do grupo de trabalho de acompanhamento da pandemia do IST.
Segundo o documento elaborado por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem o grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço, a taxa de variação de casos a nível nacional está próxima de 0%, o que também indica que Portugal está a atravessar o pico da incidência.
De acordo com estes especialistas, o pico da incidência atingiu um valor real de 130 mil a 150 mil infeções, das quais “foram visíveis menos de 60 mil casos (em média a sete dias) por saturação de testes”, adianta o estudo do IST da Universidade de Lisboa.
“Em fevereiro a tendência será de descida gradual da incidência, que depois passará a muito acentuada”, estima o IST, que prevê também que nos próximos dias ainda se registe um aumento ligeiro do número de hospitalizações e de óbitos “por inércia”, mas que deverá começar a reduzir a partir do final da próxima semana.
“A COVID PASSARÁ A SER UMA DOENÇA PERFEITAMENTE BANAL NO NOSSO MEIO”
Gustavo Tato Borges tem “algumas dúvidas” de que pico da pandemia já tenha sido atingido, mas perspetiva para breve um caminho em que a covid-19 passe a ser “uma doença perfeitamente banal no nosso meio”.
Para o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, numa primeira fase apenas os positivos ficarão algum tempo em casa e, posteriormente, até mesmo esses deixarão de ter de ficar isolados. “Penso que na primavera teremos essa realidade, deixarão mesmo de fazer isolamento”, considera Tato Borges, em entrevista na Edição da Manhã da SIC Notícias.
O especialista considera que estamos atualmente numa fase de planalto, ligeiramente descendente e que lá para meados de fevereiro, poderá descer de forma mais galopante”. Tato Borges lembra também que as medidas em vigor continuam a ajudar no controlo da pandemia.
Depois da passagem da variante Ómicron, será possível passar a uma nova fase e considerar “a covid-19 como uma gripe normal, como uma infeção respiratória superior, que acontecerá maioritariamente no inverno”, explica.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL, com Lusa