O atraso na entrega de exames terá impedido uma grávida de interromper a gravidez num caso de trissomia 21. A situação aconteceu em Setúbal e faz parte de uma lista de queixas de utentes divulgada num relatório da Entidade Reguladora da Saúde.
Às 21 semanas de gestação a mulher soube, através de um exame, que o filho poderia nascer com trissomia 21. No Hospital da Luz de Setúbal, onde era seguida, foi aconselhada a realizar o exame de confirmação. Assim o fez e pagou 455 euros.
A colheita seguiu para o laboratório do grupo Synlab e o expectável era que o resultado chegasse numa semana. Não aconteceu. A mulher teve de repetir a colheita sem que lhe fosse dada qualquer explicação.
Às 25 semanas de gravidez, resolve avançar com uma queixa, porque o resultado ainda não tinha chegado. Na reclamação alega que foi privada do direito de interromper a gravidez, que nos casos de trissomia 21 tem como limite às 24 semanas de gestação.
Este episódio vem descrito no relatório de queixas elaborado pela entidade reguladora da saúde que, neste caso, concluiu que o hospital e o laboratório não salvaguardaram os direitos da utente.
OUTROS CASOS
Em Loures, uma mulher foi visitar o marido ao Beatriz Ângelo e recebeu a notícia de que tinha morrido há dois dias. Estava com um cancro terminal. O homem esteve 48 horas na morgue do hospital sem que a família tivesse sido informada.
Em Coimbra, o centro hospitalar encaminhou, através do voucher cirurgia, um utente para a Casa de Saúde de Santa Filomena. A cirurgia oftalmológica estava prevista para o olho esquerdo, mas foi feita erradamente ao direito. O regulador apontou falhas ao Hospital de Coimbra, que não deu as indicações de forma correta, mas também à clínica que não esclareceu os pormenores com o centro hospitalar.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL