O Algarve é uma das duas regiões de Portugal continental que, em 2023, registou uma redução no número de utentes a aguardar vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), revelando um balanço mais positivo face ao cenário global do país. De acordo com o relatório divulgado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), enquanto outras regiões enfrentaram um aumento de casos em espera, o Algarve mostrou resiliência e progresso, com uma ligeira redução, passando de 91 para 90 utentes em lista de espera.
Além disso, o Algarve apresentou tempos de espera mais curtos nas Unidades de Convalescença (UC), com uma mediana de sete dias, a mais baixa a nível nacional. Em contraste, os tempos de espera em Unidades de Longa Duração e Manutenção (ULDM) aumentaram para 73,5 dias, o valor mais elevado entre todas as regiões. Apesar deste agravamento pontual, o relatório sublinha melhorias significativas no acesso às equipas de cuidados continuados integrados (ECCI), onde o Algarve registou a menor mediana de espera e a maior redução percentual (cerca de 33%) face a 2022.
Distância e proximidade: um desafio superado
Outro destaque positivo para a região foi a proximidade das unidades da RNCCI em relação à população residente. Cerca de 93% dos residentes no Algarve estão a menos de 60 minutos de uma unidade de cuidados continuados, um valor em linha com a média nacional. Para as Unidades de Convalescença, 80% dos residentes encontram-se a menos de 30 minutos, demonstrando um serviço acessível e ágil.
Expansão e reforço dos cuidados domiciliários
A nível nacional, o relatório da ERS também destacou o aumento do número de lugares contratados, com destaque para o reforço das ECCI, que cresceu 5,8%. No caso do Algarve, este aumento reflete-se na capacidade de resposta domiciliária, que tem desempenhado um papel fundamental na redução da pressão sobre as unidades de internamento e no alívio das listas de espera.
Um modelo a seguir
Os dados indicam que o Algarve está a consolidar-se como um exemplo de boas práticas na gestão e acesso à RNCCI. A redução nas listas de espera, os curtos tempos de espera em Unidades de Convalescença e a melhoria no acesso às ECCI são indicadores de uma estratégia eficaz na região.
Contudo, os desafios permanecem, especialmente no que diz respeito às Unidades de Longa Duração e Manutenção, onde os tempos de espera continuam a ser um ponto de atenção. A aposta no reforço da capacidade e na continuidade das melhorias no acesso será essencial para que o Algarve continue a destacar-se pela positiva no panorama nacional dos cuidados continuados.
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