A diabetes é uma doença crónica. Quando não controlada, pode dar origem a graves complicações, como a insuficiência renal, a retinopatia, que pode evoluir para a cegueira quando não tratada atempadamente; nos casos mais graves de negligência com a diabetes é necessário o recurso a amputações. O diabético deve ser possuidor de uma boa capacitação para se tratar, para dispor de um regime alimentar agradável e uma atividade física que lhe dê bem-estar e conforto. Há a diabetes tipo 1, que necessita e depende do tratamento com insulina desde o início da doença, uma vez que o pâncreas não a produz naturalmente; e a diabetes tipo 2, que está mais relacionada com o estilo de vida e se deve ao aumento de resistência do organismo à ação da insulina, enquanto a diabetes do tipo 1 surge na infância, a do tipo 2 pode surgir depois dos 40 anos.
A Ilha dos Diabretes, como texto de Carla Maia de Almeida, Cristina Cunha Cardoso e Pedro Borrego, com ilustrações de João Fazenda, Pato Lógico Edições e Ordem dos Farmacêuticos, 2016, é uma obra bem sugestiva para ensinar às crianças o que é e como se trata a diabetes: dois jovens de 10 anos brincam num recreio, cai uma caneta, é uma caneta de insulina e começa a conversa entre o João e a Maria. O João explica à Maria que tem diabetes e precisa de tomar insulina todos os dias, é para isso que serve a caneta. Maria pretende saber mais sobre a doença do amigo, João observa-lhe que a diabetes afeta milhões de adultos e crianças em todo o mundo, diz-lhe que a insulina é uma hormona produzida por um grupo especial de células do pâncreas, é como uma chave que permite às células trabalhar. O pâncreas do João não produz insulina, Maria não esconde o seu espanto, o João tem um aspeto muito saudável e é um dos melhores atletas da escola. João responde-lhe que se cuida, aprendeu a estar vigilante, mede a glicemia com regularidade (a glicemia é a quantidade de açúcar no sangue.
Maria não para de questionar João: como é que tu consegues saber se os teus níveis de açúcar estão altos ou baixos? Ele responde: tenho um aparelho que me ajuda a ver os valores de açúcar no sangue. Basta picar o dedo com uma lanceta e colocar uma gotinha de sangue no aparelho e em poucos segundos ele mostra-me o valor. Chama-se glicómetro.
João explica à sua amiga que por enquanto não há cura para a diabetes, ele quer ser saudável durante toda a sua vida, tem de se alimentar corretamente, fazer exercício físico e seguir as indicações dos profissionais de saúde. E diz-lhe categoricamente que precisa de ter uma atitude positiva na vida, autoconfiança, alegria e motivação. Os diabéticos podem triunfar em todas as profissões e atividades, basta recordar que há uma equipa mundial de ciclismo de alta competição em que todos os atletas têm diabetes, em Portugal há uma equipa de futebol salão, participante em competições internacionais em que todos os atletas têm diabetes tipo 1.
João aprendeu a tratar-se convenientemente, sabe que se os seus níveis de açúcar estiverem muitos baixos pode ter uma hipoglicemia, ter manifestações como suores frios, tonturas, visão turva, até pode desmaiar. É por isso que anda sempre com vários pacotinhos de açúcar na mochila, pão e bolachas.
Este livro tem um, belo grafismo e uma gama de mensagens abrangente para que qualquer formador interessado se sinta capaz de falar às crianças sobre esta doença, o livro inclui sugestões saudáveis para a alimentação e para a qualidade de vida do doente, bem assim como um glossário bem a propósito.