O líder parlamentar do PS afirmou esta terça-feira que se realizaram mais de 200 audições de membros Governo e a bancada socialista aprovou 40 projetos da oposição, 50% do total, contribuindo para reconciliar os portugueses com as maiorias absolutas.
Estes dados foram transmitidos por Eurico Brilhante Dias na abertura do segundo e último dia de Jornadas Parlamentares do PS, em Tomar, no distrito de Santarém, que foram encerradas pelo primeiro-ministro, António Costa.
Na quarta-feira completa-se um ano desde o início da legislatura e, neste período, de acordo com Eurico Brilhante Dias, o parlamento, num contexto de maioria absoluta do PS, realizou mais de 200 audições parlamentares de membros do Governo.
“Em cada dois dias, esteve um membro do Governo no parlamento. Dois terços dos requerimentos para a vinda ao parlamento de membros do Governo foram aprovados favoravelmente pelo Grupo Parlamentar do PS”, assinalou, quando fez o balanço do último ano parlamentar.
O líder da bancada do PS procurou depois realçar a ideia de que, neste último ano, foi dado pelo seu Grupo Parlamentar um contributo para reforçar o papel do parlamento como instituição de escrutínio político do Governo e também para reforçar o diálogo interpartidário.
“Na sociedade portuguesa foi sendo formada uma ideia de que as maiorias absolutas são arrogantes, não dialogantes, não têm capacidade de perceber o que as envolve e fecham-se dentro de si próprias”, apontou.
No entanto, Eurico Brilhante Dias considerou que a sua bancada “não caiu nessa tentação” e está a contribuir para reconciliar os portugueses com a ideia de maioria absoluta.
“Se algum dia corrermos o risco de nos tornarmos autossuficientes, é sempre importante que os deputados alertem o partido e a direção do Grupo Parlamentar, porque essa autossuficiência afasta-nos da sociedade portuguesa. Mas não estamos a correr esse risco”, concluiu.
Em termos de legislação produzida no parlamento desde o início da sessão legislativa, segundo os dados de Eurico Brilhante Dias, o PS “aprovou 98 propostas e projetos de lei”.
“Destas 98, uma das quais de cidadãos, foram aprovadas na generalidade 35 propostas de lei, 14 projetos do PS e 49 iniciativas da oposição. Ou seja, 50% das iniciativas legislativas aprovadas na generalidade tiveram origem na oposição. Continuamos a tornar útil o diálogo institucional na Assembleia da República”, frisou.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS defendeu ainda que a bancada socialista “tem aprovado inúmeros projetos de resolução”.
“No segundo ano, vamos trabalhar mais na dimensão da proximidade em relação aos círculos eleitorais. Ainda há muito a fazer nesta dimensão”, acrescentou.
No discurso de encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, também António Costa se referiu a este tema.
“Temos sido uma maioria de diálogo não só com os municípios e com os parceiros sociais, como também no quadro da Assembleia da República, designadamente com os partidos da oposição.
“Só não temos tido mais sucesso porque eles [partidos da oposição] não querem. E é pena que não queiram mais vezes”, argumentou.