A influência do ex-presidente norte-americano Donald Trump será hoje testada nas primárias norte-americanas, com os estados da Pensilvânia, Carolina do Norte, Kentucky, Idaho e Oregon a irem a votos.
Trump fez movimentos ousados ao apoiar, na Pensilvânia, o cirurgião Mehmet Oz – mais conhecido como o apresentador do programa televisivo “The Dr. Oz Show” – , e o deputado Ted Budd, na Carolina do Norte.
O outrora pouco conhecido Budd está agora numa posição forte para ganhar a indicação republicana, mas Oz tem pela frente uma primária que se prevê disputada contra um ex-CEO de um fundo de investimento, David McCormick, e a ativista conservadora Kathy Barnette, que tem crescido nas sondagens.
Do lado democrata, o principal candidato ao Senado da Pensilvânia, John Fetterman, revelou no domingo que sofreu um acidente vascular cerebral, mas que estava a caminho de uma “recuperação total”.
Fetterman, de 52 anos, liderou sondagens e angariações de fundos numa competição com outros quatro candidatos, que inclui os deputados Conor Lamb e Malcolm Kenyatta.
Pensilvânia, Oregon e Idaho vão realizar primárias para governador na terça-feira.
Em Idaho, o republicano Brad Little está a lutar contra a sua anterior vice-governadora, Janice McGeachin, uma conservadora de extrema-direita apoiada por Trump que emitiu ordens executivas a proibir o uso de máscaras durante o auge da pandemia, quando Little estava fora do estado em viagem, mas que as rescindiu quando regressou.
Na Carolina do Norte, Trump está a tentar influenciar as disputas para o Senado e para a Câmara dos Representantes num estado que venceu duas vezes, mas por pouco.
Trump apoiou Ted Budd para a vaga no Senado que ficou vaga após o republicano Richard Burr se ter aposentado, surpreendendo muitos na convenção estadual do ano passado.
Os principais concorrentes de Budd nas primárias são o ex-deputado norte-americano Mark Walker, que procurou ativamente o apoio de Trump, e o ex-governador Pat McCrory, considerado um moderado na corrida, mas que é mais conhecido nacionalmente por assinar uma “lei da casa de banho”, visando pessoas transexuais em 2016 que custou milhares de milhões de dólares ao estado.
Do lado democrata, Cheri Beasley, ex-juíza presidente do Supremo Tribunal da Carolina do Norte, caminha para a vitória e, caso vença em novembro, nas intercalares, será a a primeira senadora negra daquele estado.
Nas corridas ao Congresso, o apoio de Trump a Madison Cawthorn no 11.º Distrito não impediu que as figuras do partido se opusessem ao congressista de 26 anos, que cumpre o primeiro mandato, mas que acumula várias polémicas, como tentar transportar uma arma carregada pelo aeroporto, conduzir com uma carta de condução revogada e ser detido por excesso de velocidade várias vezes.
Trump pediu aos eleitores que dessem a Cawthorn “uma segunda oportunidade”, reconhecendo que o candidato havia cometido recentemente alguns “erros tolos”.
Em Oregon, as primárias para governador estão a configurar-se como um teste entre as alas moderada e progressista do Partido Democrata num momento de frustração generalizada no estado com a pandemia de covid-19, a crise dos sem-abrigo, a falta de moradias populares e a crescente violência armada.
Os dois principais candidatos democratas são Tina Kotek, uma liberal convicta e ex-presidente da Câmara estadual, contra Tobias Read, o tesoureiro estadual que se posicionou como moderado.
Em Kentucky, o deputado John Yarmuth, presidente do Comité de Orçamento da Câmara e o único democrata na delegação do Congresso de Kentucky, está a aposentar-se, abrindo uma vaga pela primeira vez em 16 anos.
Do lado democrata, o senador estadual Morgan McGarvey e a deputada estadual Attica Scott estão a usar as suas credenciais progressistas no 3.º distrito da área de Louisville. Também vários republicanos estão a concorrer à vaga, que John Yarmuth conquistou em 2006 ao expulsar uma veterana congressista do Partido Republicano.