Esteve lado-a-lado com António Miguel Pina no PS de Olhão, mas escolheu enveredar por um caminho próprio e conta agora com o apoio de uma coligação de direita encimada pelo PSD.
O homem que conhece como funciona o aparelho administrativo do concelho diz que não quer “nem vícios, nem clientelas” na Câmara de Olhão.
No domingo ficaremos a saber como se separaram as águas em Olhão e para isso os resultados obtidos pela coligação ‘Sim, Juntos por Olhão’ vão ser determinantes.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Luciano Jesus (LJ): Candidato-me porque senti o dever cívico e moral de dar continuidade ao trabalho que desenvolvi até ao presente, desta feita como Presidente da Câmara. Não são os partidos que fazem a política, são as pessoas. Um município não é um presidente, ele é só o rosto da sua equipa. Tenho uma equipa plural e motivada, sobram-nos ideias e força de vontade para as implementar, em prol do bem-estar dos olhanenses. Olhão pode dar mais à sua população, o potencial existe, falta concretizar. Esperamos que nos dêm essa oportunidade.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
LJ: O saneamento básico, obviamente. As descargas poluentes e ilegais para a Ria Formosa são inadmissíveis no século XXI, numa cidade que se diz «estar na moda». Para a população, em primeiro lugar, mas também para quem nos visita, é urgente resolver essa questão de fundo. Caso contrário estaremos a hipotecar o futuro, porque as actuais infra-estruturas entrarão em colapso com a pressão do crescimento turístico (sustentado e respeitando a tipicidade Olhanense) que se deseja, caso não se faça esta intervenção de base.
Por outro lado, a falta de emprego estável, que dificulta a fixação de jovens no Concelho, a par com a dificuldade ao nível do arrendamento ou compra de casa. E o incontornável problema do trânsito, estacionamento e acessibilidades.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
LJ: Porque não temos vícios, porque não alimentamos clientelas nem obedecemos a pressões partidárias e temos uma equipa plural, competente, focada em uníssono num objectivo tão claro quanto simples: As pessoas primeiro! O bem-estar dos Olhanenses é a nossa prioridade, para eles trabalharemos, depois de os termos ouvido atentamente ao longo destes últimos meses, auscultando as suas necessidades reais.
Não temos projectos encomendados, não estamos comprometidos com o passado e apostamos claramente num futuro melhor para o presente de Olhão!
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
LJ: Olhão cidade amiga do idoso: com um centro sénior que centralize lazer e soluções para os problema do quotidiano dos nossos seniores, que tanto respeito nos merecem.
SOS Famílias Verão: porque é no verão que mais se trabalha em Olhão e as famílias precisam de apoio e ajuda no cuidado das suas crianças e jovens, queremos estender os campos de férias a todo o período das férias escolares.
Projecto Porta Aberta nos Bairros Sociais: porque integrar é preciso e o sentimento de isolamento combate-se com um ponto de contacto nos bairros, uma porta aberta onde os habitante encontrem alguém próximo, conhecido, que os possa escutar, orientar e encaminhar para o serviço municipal competente para a resolução do seu problema.
Creches e Berçários: é preciso «dar colo aos jovens casais» estimulando a abertura de creches e berçários, promovendo a natalidade e um concelho mais jovem e com uma população activa mais dinâmica.
Centro Náutico: a ligação umbilical do desporto à Ria, aliado ao investimento em desportos náuticos não poluentes, já que a natureza nos brindou com um tesouro que temos que saber explorar.
Dinamização do comércio em todo o Concelho: porque queremos descentralizar a actividade comercial a outras zonas do Concelho, promovendo equidade e igualdade de oportunidades para os comerciantes e gerando mais riqueza em geral e mais emprego.
Os Mercados: há que intervir no «ex-libris» de Olhão, mantendo intactas a sua função e localização, em articulação com uma solução mais eficaz para o trânsito, mobilidade e barreiras arquitectónicas, que passará sempre pela implementação de uma ciclovia e de uma pedovia. Complementarmente a aposta numa melhor rede de transportes, tão desejada pela população.
Vamos criar um pólo de acompanhamento ao pescador e mariscador, bem como uma doca seca com lugares de estacionamento em seco, e também uma incubadora de empreendedores para apoiar a iniciativa privada.
Um complexo de piscinas é um projecto essencial numa cidade cujas praias se situam maioritariamente em ilhas. Os Olhanenses merecem e o turismo agradece.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
LJ: É nossa convicção que muitos dos contratos que foram celebrados nos últimos anos, não cumprem com requisitos mínimos de rigor e transparência, pelo que nos propomos a analisá-los de forma isenta e proceder à sua renegociação, quando justificável e possível, pelo que uma auditoria nos primeiros seis meses nos parece indispensável.
Por outro lado, a questão das infra-estruturas e dos esgotos, em particular na Ilha da Armona, cuja situação é insustentável e urge resolver de uma vez por todas, também no que à questão das concessões diz respeito! E a questão da Quinta João de Ourém! É inadmissível que aquela situação se prolongue indefinidamente no tempo, as pessoas precisam de ajuda, de soluções. Mas muito mais há a fazer, infelizmente. Estamos prontos para arregaçar as mangas e deitar mãos à obra, assim os Olhanenses o permitam. Acredito que sim, que mereceremos a sua confiança e o seu voto e que teremos esses e muitos outros problemas a resolver.