Ao todo, concorrem 16 forças políticas pelo círculo eleitoral do distrito de Faro e a quem o POSTAL pediu para responderem a quatro perguntas de forma sintética, embora só o BE e a CDU respeitaram o espaço que disponibilizámos (2000 caracteres), o que obrigou a resumir algumas respostas.
Igualmente por razões de espaço na edição papel, publicaremos as restantes respostas dos candidatos que nos responderam na nossa edição online durante este fim de semana.
Perguntas:
1 – Que balanço das realizações positivas e/ou negativas faz desta legislatura?
2 – Quais os problemas e necessidades com que se defronta o Algarve que deveriam ter tido uma resposta adequada e não tiveram?
3 – Indique sucintamente cinco das principais propostas do seu partido/coligação para o Algarve nos próximos quatro anos.
4 – Quais são as suas expectativas para estas eleições e quantos deputados pensa o seu partido eleger no Algarve?
1 – A ausência de um acordo escrito para 4 anos como o que existiu em 2015 e deu origem à Geringonça foi o aspeto mais negativo que condicionou a governação nos últimos anos. O Bloco defendeu um novo acordo para mais 4 anos de Geringonça, mas esse novo acordo foi rejeitado por António Costa. Essa rejeição impediu que pudéssemos ter feito mais pelo Serviço Nacional de Saúde e que tivéssemos revertido as reformas da troika na área do trabalho.
2 – Há um conjunto muito vasto de investimentos públicos que têm sido sistematicamente prometidos e adiados por PS e PSD. O novo hospital do Algarve e a modernização dos hospitais existentes, a modernização da linha do Algarve ou a requalificação da EN125. Além disso, há um grave problema de habitação que só pode ser resolvido com a construção de habitação pública que contribua para aumentar a oferta e reduzir as rendas.
3 – As principais propostas:
• Concretizar os investimentos adiados na saúde, mobilidade e habitação e resolver as carências de profissionais na saúde e educação.
• Reduzir a sazonalidade da economia do Algarve, diversificando a oferta turística e industrial.
• Proteger os recursos aquíferos do Algarve da sobre-exploração. A água é o nosso recurso mais precioso.
• Apostar nas energias renováveis, incluindo a microgeração e comunidades energéticas.
• Acabar com a dupla penalização de pensionistas e assegurar aumentos extraordinários das pensões mais baixas.
4 – O Bloco é a única força que elege um deputado no Algarve, para além dos partidos do Bloco Central. Seria uma tragédia que essa representação se perdesse e a região ficasse entregue apenas ao PS e ao PSD. Reforçar a votação no Bloco é garantir que isso não acontece.
1 – Por ação da CDU: os reformados tiveram um aumento extraordinário das suas pensões; os alunos tiveram direito aos manuais escolares gratuitos; baixou-se o valor dos passes; estabeleceu-se creches gratuitas para as crianças do 1º e 2º escalões, com a gratuitidade para todas as crianças que entrem pela primeira vez a partir de setembro de 2022, entre outras concretizações. De negativo, o facto do PS, juntamente com o PSD, terem resistido e impedido soluções mais avançadas para o País como o aumento geral dos salários, a revogação das normas gravosas da Legislação Laboral, ou a fixação e atração de mais profissionais de saúde, para garantir médico de família para todos, mais consultas, exames e cirurgias.
2 – Ausência de uma verdadeira rede de transportes públicos. Negação do direito à habitação. Baixos salários e níveis de precariedade dos mais altos do país. Inexistência do Hospital Central do Algarve (prometido há anos por PS e PSD) e novas instalações para o Hospital de Lagos. Manutenção das Portagens na Via do Infante. Degradação do aparelho produtivo e afunilamento na monoatividade do Turismo.
3 – Reforço dos meios e vias de transporte, fim das portagens na Via do Infante. Desenvolvimento do aparelho produtivo e aposta nos setores da agricultura, pescas, indústria. Reforço dos serviços públicos, em particular nos cuidados primários de saúde e na Construção do Hospital Central. Revogação da Lei das Rendas do Governo PSD/CDS e disponibilização de oferta pública de habitação. Criação da região administrativa do Algarve.
4 – Pela justeza das nossas propostas, as expectativas são elevadas. A sua concretização dependerá sempre da força que o povo e os trabalhadores nos derem no dia 30 de janeiro. Uma coisa é certa, quanto mais força e deputados tivermos, mais próxima estará a concretização da política alternativa que propomos. Pretendemos eleger um dos nove deputados que serão eleitos pelo distrito.
1 – Estes dois anos de legislatura ou se quiser, estes últimos seis anos, provaram o que o socialismo faz ao nosso país no geral e ao Algarve em particular. Um país cada vez mais longe dos grandes da União Europeia, sendo ultrapassado por países como a Letónia, Lituânia ou a Estónia, que há alguns anos nem linha do comboio tinham. Um país onde aumentaram as desigualdades, onde aumentou a corrupção e onde aumentaram aqueles que vivem à conta de subsídios. Não podemos ter meio país a trabalhar para a outra metade estar sem fazer nada. António Costa “pinta” um país das maravilhas, mas a verdade é que o domínio da esquerda (PS), em conjunto com a extrema esquerda (BE e PCP) mostrou-se um desastre e a prova disso é que nem se entenderam para aprovar este orçamento, depois da cumplicidade que tiveram nos seis orçamentos anteriores.
2 – Olhe, bastantes! O Algarve foi completamente esquecido pelo governo socialista de Lisboa. Aliás, os algarvios continuam à espera da abolição das portagens na A22, prometida por António Costa em 2015, depois não era fim das portagens era redução, o que é certo é que continuamos a pagar portagens verdadeiramente escandalosas, que diariamente tocam no bolso dos algarvios e das empresas e a alternativa que apresentam é uma EN125, sem condições. Depois, o Hospital do Barlavento Algarvio, que é uma necessidade urgente, tal como o Central do Algarve, mas este governo prefere gastar milhões num museu em Lisboa, do que apostar na saúde dos algarvios, que têm de percorrer quilómetros para ir a uma urgência, para além do tempo de espera ser um abuso. Podia dar mais exemplos, olhe a linha férrea já não é própria de um país do século XXI. A falta de prevenção a nível dos incêndios e muito mais.
3 – A primeira medida que um deputado eleito pelo CHEGA irá levar ao parlamento, será a proposta para a construção dos hospitais central e de Lagos. Não podemos esperar mais! Depois, o fim das portagens na Via do Infante e a requalificação das EN124 e EN125, troços importantíssimos para o desenvolvimento da região. A linha de comboio tem de ser mais rápida e eficaz e é importante a ligação a Espanha e o novo troço Loulé / Aeroporto. Não esqueceremos a agricultura e as pescas, sectores tão afetados por um governo que se esquece de quem trabalha no mar, não lhes criando condições de vida e por vezes de segurança. A nível do turismo, a criação de um projeto para que o Algarve não seja apenas lembrado no verão e nas alturas festivas. É preciso também um plano de combate ao desemprego, não podemos ser a única região no país, onde o desemprego aumentou no final do ano passado cerca de 28 % e depois o combate à corrupção, que lesa milhões do erário público e aqui no Algarve, temos autarcas detidos à porta de casa, como por exemplo em Vila Real de Santo António, onde se vê claramente que PSD e PS são iguais.
4 – As expectativas são altas, sabemos que o Algarve nunca nos falhou, temos diversos autarcas eleitos, que têm feito um trabalho muito meritório. Lutaremos com todas as forças para eleger dois deputados.
1 – Na verdade, ficámos a meio de um caminho (que, estamos convictos, vamos continuar depois de 30 de Janeiro) que estava a correr de forma fluída e consistente relativamente às conquistas em que apostámos para a nossa Região. Globalmente, estes dois anos de trabalho parlamentar, em conjunto, naturalmente, com o Governo correram bem e foram lançadas as sementes daquelas que foram as nossas propostas eleitorais, que acolheram a confiança da maioria dos algarvios.
Mas, começando pelo que não correu bem – e que é, sem dúvida, o único dossier que nos deixa insatisfeitos – Foi não termos conseguido avanços suficientemente significativos para que hoje a obra de construção do novo Hospital Central do Algarve já estivesse a acontecer. Trata-se de um processo complexo que a conjuntura inesperada e extremamente adversa, a pandemia mundial da covid-19, não facilitou a prossecução, pelo facto da situação absolutamente extraordinária no SNS, o que, naturalmente, travou múltiplos investimentos. Neste momento, este continua a ser o nosso primeiro compromisso bem como temos o compromisso do atual primeiro-ministro (que, acreditamos, voltará a sê-lo depois de 30 de janeiro) que o Hospital Central do Algarve vai mesmo avançar na próxima legislatura. Acreditamos e pedimos aos Algarvios que acreditem connosco, com a garantia de que seremos completamente intransigentes relativamente a esta matéria. Das imensas realizações destes últimos 2 anos, destaco uma que, pela transversalidade de áreas que vai impactar, nos parece constituir, de facto, uma grande revolução para a nossa Região. Falo da conquista dos socialistas algarvios na Assembleia da República que conseguiram inscrever uma verba extraordinária de 300 milhões de euros, com o objetivo de diversificar a base económica do Algarve que, como todos sabemos, assenta predominantemente no Turismo, sendo que, na nossa opinião, este paradigma tem de mudar, não só porque o Algarve tem condições para se rentabilizar e gerar emprego em muitas outras áreas, mas também porque ao apostarmos tudo naquilo em que somos, efetivamente, os melhores (o turismo) corremos riscos altíssimos, como, de resto, ficou provado agora com a pandemia.
2 – Sem dúvida, o processo da construção do novo Hospital do Central do Algarve. Reconhecemos que devia ter avançado mais depressa, mas, como referi anteriormente, vai acontecer. O mesmo quanto a EN125 que se encontra em tribunal arbitral, uma vez que o tribunal de contas considerou a renegociação efectuada pelo governo PSD/CDS lesiva para o interesse público. Logo que haja uma decisão judicial temos condições para avançar com as obras em Olhão e VRSA.
3 – As principais propostas:
• O Avanço do processo de construção do Hospital Central do Algarve e a melhoria, sobretudo ao nível do reequipamento, construção e reabilitação espaços físicos, do restante parque da saúde do Algarve;
• A melhoria das acessibilidades, para que possamos ser mais competitivos e a este respeito, apenas e só a título de exemplo, falo da eletrificação da linha do Algarve (Lagos-Tunes e Faro-VRSA) cuja obra já está consignada, da criação de um metro de superfície que promoverá a ligação à Universidade do Algarve ao Aeroporto e ao futuro hospital central no Parque das Cidades, da consolidação da política de diminuição do custo dos transportes públicos;
• A concretização dos investimentos de 200 milhões de euros inscritos no Plano de Eficiência Hídrica do Algarve de forma a garantirmos água em qualidade e quantidade para o nosso futuro.
• A diversificação da economia, com apoios à criação de novas áreas de exploração e com os apoios às empresas já existentes.
• A construção, com os municípios, de habitação a preços acessíveis à classe média, às famílias trabalhadoras e aos jovens algarvios, melhoria do nosso parque escolar, bem como a implementação de uma estratégia poderosa de combate ao abandono e insucesso escolar.
4 – Há dois anos, a grande maioria dos Algarvios mostrou que era no PS que confiava, com a eleição de 5 deputados. Essa confiança foi renovada nos autarcas socialistas em setembro último elegendo 12 autarquias socialistas. Acreditamos que essa confiança se mantém e pode até ser reforçada.
1 – Esta legislatura foi atípica e não nos podemos afastar dessa realidade, a covid-19 acabou por marcar a sociedade e, naturalmente, a política. Nos últimos anos não desempenhei nenhum cargo político e, por isso, a análise que faço é, acima de tudo, enquanto cidadão interessado pela vida pública e pelo futuro do meu próprio país. A legislatura, ainda assim, foi marcada, de forma positiva, por um conjunto de anúncios muito importantes para o Algarve, desde logo a oportunidade que o Plano de Recuperação e Resiliência representa para a região ao contemplar 300 milhões de euros para o desenvolvimento regional. Houve também anúncios que visam o investimento em recursos hídricos de forma a combater os problemas da falta de água. Foi também anunciada a requalificação da EN125 e o suposto anúncio do calendário para a construção do Hospital Central do Algarve e de um conjunto de medidas para reduzir as listas de espera na saúde. Mas o problema é que os anúncios não passaram disso mesmo, anúncios, nenhuma destas promessas se concretizou. O Algarve não tem sequer um sinal positivo do Governo. Não só as obras da EN125 não avançaram em toda a sua extensão, como não houve a prometida redução real de 50% das portagens na A22, não há sinal do PRR na região, nem do Hospital Central do Algarve. E no que respeita à saúde, as filas de espera continuam infindáveis e o número de cidadãos sem médico de família tem vindo a registar um aumento de ano para ano. Só entre 2020 e 2021 houve um aumento de quase 25%.
2 – É inaceitável que numa região como a nossa, com um contributo importante para a imagem e geração de riqueza de Portugal, existam tantas dificuldades das pessoas em aceder aos serviços de saúde. O que é certo é que nestes últimos 26 anos, 19 foram governados pelo PS e cada vez mais quem não tem dinheiro não têm acesso à saúde com dignidade. Depois, é ainda inaceitável que o melhor destino de praia de 2020 tenha sua principal infraestrutura de atravessamento e de distribuição de tráfego entre as principais áreas turísticas da região, a EN125, completamente degradada. O Algarve precisa de um programa sério, com propostas sérias e com financiamento realmente assegurado para estimular a diversificação da base económica. A dependência, de cerca de 60% do produto gerado pelo turismo, é absolutamente excessiva e faz-nos andar com o coração nas mãos, pois a economia regional está muito exposta. Temos de a tornar mais resiliente e diminuir a sua dependência do setor turístico.
3 – As principais propostas:
• Garantir uma rede de transportes públicos que chegue ao Aeroporto de Faro e ainda a requalificação da EN125 no troço entre Olhão e Vila Real de Santo António;
• Garantir uma rede de transportes públicos que chegue ao Aeroporto de Faro e ainda a requalificação da EN125 no troço entre Olhão e Vila Real de Santo António
• Promover a diversificação da base económica da região;
• Criação de uma estratégia regional de habitação de forma a resolver os problemas de acesso à habitação;
• Criação de um instrumento de financiamento que permita melhorar as telecomunicações nesta zona do Algarve.
Estamos, porém, absolutamente convictos de que só é possível garantir a implementação destes pontos se conseguirmos garantir as condições para implementar o processo de regionalização.
4 – Queremos, naturalmente, melhorar o resultado de 2019 e, sobretudo, fazer passar a mensagem de que nós, Algarvios, temos de impedir que se continue a promover uma política de ilusões e de falsas promessas. Temos de pensar no dia-a-dia e nas dificuldades que temos de mobilidade, de acesso à saúde. Queremos assegurar que o Algarve e os algarvios estão presentes, com força, na Assembleia da República. Este é o nosso propósito e esperamos que as pessoas reconheçam esta mensagem no dia das eleições.
NOTA: na edição papel são referidos 17 as forças políticas que se apresentaram inicialmente pelo círculo eleitoral do distrito de Faro, mas acabaram por concorrer 16.