O primeiro-ministro afirmou hoje que a estratégia do Governo é de “temperar” as suas decisões em função das realidades com que se depara no combate à covid-19 e recusou qualquer atitude de “estigmatização” dos mais jovens.
Estas posições foram transmitidas por António Costa em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros extraordinário, em que o Governo anunciou novas medidas para conter a propagação do novo coronavirus.
Perante os jornalistas, António Costa procurou evidenciar que a estratégia do Governo de combate à pandemia passa por “acompanhar” a sua evolução e recusou uma atitude de “estigmatização da população mais jovem”.
“Veja-se o que acontece nas escolas, em que praticamente não há problema. A generalidade dos problemas tem ocorrido fora das escolas. Mas as festas privadas são na realidade um problema e que abrange população de muitas idades”, sustentou.
De acordo com o primeiro-ministro, o ponto essencial é o de evitar “a todo o custo a existência de aglomerações”.
“Depois, temos de ver quais as condições das aglomerações, já que, muitas vezes, numa casa, 20 pessoas são pessoas a mais. Por outro lado, 500 pessoas num estádio de futebol com capacidade para 50 mil lugares, é uma realidade completamente diferente. Temos de temperar as decisões em função das realidades concretas e das condições específicas de cada local”, defendeu.
Questionado se o Governo não cai em contradição quando autoriza espetáculos, mas impõe o dever obrigatório de recolhimento, António Costa rejeitou.
“Se me perguntam se podem ir a um espetáculo, digo que podem, desde que esse espetáculo seja organizado em condições de segurança. Se o teatro cumprir a lotação definida pela Direção Geral da Saúde (DGS), impedir a proximidade entre as pessoas e se houver obrigatoriedade do uso da máscara, além de outras regras, tudo pode correr em segurança”, advogou.
Pelo contrário, de acordo com António Costa, como no autódromo de Portimão, no Grande Prémio de Fórmula 1, na semana passada, não houve respeito pelas condições de segurança, então “não haverá público quando se realizar o Grande Prémio de Motociclismo”.