O Bloco de esquerda candidata-se à Câmara de Vila Real de Santo António consciente de que a dívida do município é o grande problema do concelho.
Para dar a volta a uma equação de resolução complexa com a cabeça-de-lista à Câmara local Celeste Santos.
A candidata destaca o desemprego como outros dos problemas centrais do concelho e a impossibilidade da Câmara se candidatar a fundos europeus por falta dee capitais próprios uma questão fulcral.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Celeste Santos (CS): Esta não é uma candidatura uninominal ou independente. Esta é uma candidatura de um colectivo que é o Bloco de Esquerda, um partido político.
O Bloco de Esquerda de Vila Real de Santo António candidata-se a estas eleições autárquicas com o objectivo de ser a alternativa a duas décadas de gestão autárquica nefasta que empobreceu o concelho e a sua população, deixando muitos e muitas de nós a viver abaixo da mais básica pobreza, na dependência dos apoios sociais e sem perspectiva de futuro ou emprego, não só para a sua geração mas também para as próximas três gerações.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
CS: Os problemas fundamentais deste concelho são a dívida e a falta de emprego a longo prazo e de qualidade. Os programas de reequilíbrio orçamental, PAEL e FAM, obrigam à imposição de taxas no seu máximo como o IMI e não permitem um alívio fiscal às empresas do concelho. Assim, estas empresas não podem contribuir para a criação de mais emprego.
Enquanto não liquidarmos estes empréstimos não será possível um alivio fiscal às empresas e à população, mantendo-se a economia do concelho estagnada. A sazonalidade da actividade turística é também um impedimento à criação de emprego a longo prazo e de qualidade.
P: A sua candidatura é a melhor para dirigir os destinos do concelho porquê?
CS: Acreditamos que um modelo económico diversificado, que não esteja dependente unicamente da actividade turística sazonal, revitalizando os sectores primário e secundário, pescas e agricultura e atraindo indústrias transformadoras que aliadas às produções primárias poderão dinamizar o concelho, criando riqueza e mais valia, poderemos criar emprego de qualidade e de longo prazo.
Acreditamos que é possível atrair também indústrias ligadas às energias renováveis para a produção desses equipamentos ou partes dos mesmos, criando emprego através de formação qualificada e cumprindo o objectivo de auto-suficiência energética e de redução do uso dos combustíveis fósseis.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras face às dos restantes partidos?
CS: Se formos eleitos para gerir este concelho defenderemos uma verificação de todos os contratos realizados pela empresa municipal SGU para aferir da sua legitimidade. Sabemos que os contratos são legais mas queremos saber se respeitam o interesse público ou se são lesivos do mesmo, isto é, se prejudicam o concelho e a sua população. Se assim for, exigiremos a anulação desses contratos, nomeadamente, parquímetros ou outras concessões / privatizações a 20 e 30 anos. Desta forma acreditamos que será possível reduzir a dívida deste concelho.
Faremos um levantamento do números de fogos públicos no concelho para verificação de quantos não estão em uso para alterar as políticas de apoios ao arrendamento, privilegiando a atribuição de habitação pública a pessoas carenciadas, jovens e idosos, com rendas acessíveis e reduzindo os custos para a autarquia.
P: As duas primeiras medidas estruturantes caso vença as eleições, quais serão?
CS: Sem a redução da dívida que permita o alívio fiscal às famílias e às empresas e que permita de novo o acesso a fundos estruturais para investimento público, não será possível aplicar qualquer medida estruturante, na nossa opinião.
No entanto, a habitação pública será sempre uma prioridade, para cumprir um direito consagrado na Constituição, principalmente para as pessoas mais carenciadas ou de baixos recursos económicos.
Outra medida será a instalação de uma depuradora no concelho, para salvaguardar a saúde pública e para permitir que todos e todas que vivem da apanha de bivalves o possam fazer de forma legal e segura, com todas as obrigações contributivas que permitam a estes colectivos uma prestação social digna no final das suas vidas laborais.